Metro do Porto com pré-aviso de greve para 10, 17 e 31 de Dezembro

Agentes de condução reclamam alteração da categoria profissional, a redução da carga horária e a contratação de mais agentes de condução.

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Nelson Garrido

Serviço com pouca tradição de recurso efectivo à greve por parte dos seus agentes de condução, o metro do Porto enfrenta mais um pré-aviso de paralisação para os dias 10, 17 e 31 de Dezembro. O Sindicato dos Maquinistas de Caminho-de-Ferro (Smaq) espera que, como noutras convocatórias, o diálogo prevaleça, e que as suas reivindicações sejam atendidas.

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Serviço com pouca tradição de recurso efectivo à greve por parte dos seus agentes de condução, o metro do Porto enfrenta mais um pré-aviso de paralisação para os dias 10, 17 e 31 de Dezembro. O Sindicato dos Maquinistas de Caminho-de-Ferro (Smaq) espera que, como noutras convocatórias, o diálogo prevaleça, e que as suas reivindicações sejam atendidas.

O dirigente do Smaq no Porto, Rui Santos, explicou ao PÚBLICO que pretendem que a sub-concessionária do Sistema de Metro Ligeiro do Porto, a ViaPorto, contrate mais agentes de condução, para além dos 12 que estão neste momento em formação para ocupar essa posição na empresa. O sindicalista não quis apontar um número de profissionais necessários, um cálculo que compete ao operador, nota, mas considera que o metro está a funcionar com recurso a demasiado trabalho extraordinário, o que nem sequer permite libertar os trabalhadores para as 35 horas de formação anual previstas na lei.

Em declarações à Lusa, outro sindicalista, Rui Pedro Pinto, afirma que "seriam necessários mais 20 a 30 profissionais" para colmatar as necessidades imediatas do serviço. No pré-aviso de greve que foi entregue na passada quinta-feira, e que prevê a paralisação por períodos de 24 horas naqueles três dias dos agentes de condução, estes reivindicam que lhes seja atribuída a categoria profissional de maquinistas.

Os 220 agentes ao serviço da empresa querem também negociar mexidas nas escalas e nos horários de trabalho e, explicou Rui Santos, mas nem exigem que estas e outras alterações que reivindicam entrem em vigor de imediato, admitindo recuar na intenção de fazer greve se a administração da ViaPorto se comprometer com um prazo razoável para satisfazer as propostas dos trabalhadores.

Tirando um caso, já com alguns anos, e a adesão de maquinistas a greves gerais, o funcionamento do metro do Porto tem sido pouco afectado por paralisações dos agentes de condução que, noutras alturas, têm conseguido fazer valer algumas das suas reivindicações. Rui Santos olha de forma positiva para este “historial de pontes e entendimentos” entre as partes, e garante que o pré-aviso não serve outro propósito que não o de forçar a negociação.  

Contactado pelo PÚBLICO, fonte da Metro do Porto, que detém a concessão deste sistema de transporte, explicou que esta empresa pública costuma manter-se à margem destes conflitos laborais entre os trabalhadores e a ViaPorto, esperando que a negociação siga o seu curso. Se esta via falhar, aí sim, poderá intervir, desde logo para tentar garantir que uma eventual paralisação afecte o menos possível o serviço prestado, explicou.