“Brexit”: Os protagonistas da caminhada até à votação decisiva no Parlamento britânico
Ratificado o acordo de saída com a UE, as atenções viram-se para a votação em Westminster, o último obstáculo.
Seis dirigentes políticos britânicos terão uma palavra a dizer no caminho até à sessão plenária da Câmara dos Comuns de Dezembro, decisiva para o futuro do divórcio com a União Europeia.
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Seis dirigentes políticos britânicos terão uma palavra a dizer no caminho até à sessão plenária da Câmara dos Comuns de Dezembro, decisiva para o futuro do divórcio com a União Europeia.
Theresa May
Mais do que o acordo do Governo britânico, este é o acordo da primeira-ministra. Ninguém se bateu mais por ele do que May, que já não precisa de convencer quem quer se seja sobre as suas intenções: vai com ele até ao fim, nem que tenha de implodir junto com ele no Parlamento . Nas próximas semanas continuará a aplicar-se a fundo para vender o texto final a amigos e inimigos, dentro e fora do Governo, sob a bandeira do “interesse nacional”.
Jeremy Corbyn
O líder trabalhista prometeu chumbar o acordo do “Brexit” no Parlamento e diz-se preparado para assumir as negociações como primeiro-ministro. Mas o partido pede-lhe mais do que a exigência de eleições: que defenda abertamente um segundo referendo. Os próximos dias serão decisivos para se perceber se Corbyn está com o Labour e se o Labour está com Corbyn – cuja eventual subida ao poder é apontada por May como uma das mais nefastas consequências de um chumbo do seu acordo na Câmara dos Comuns.
Arlene Foster
O partido unionista DUP, da Irlanda do Norte, insiste que com backstop para a ilha irlandesa não há hipótese de apoiar o acordo de um Governo que depende dos seus dez deputados para sobreviver no Parlamento. A líder dos unionistas norte-irlandeses lutará até ao fim para evitar uma “fronteira no Mar da Irlanda”, mas está pressionada pelo impacto negativo que um colapso do executivo britânico pode vir a ter política interna da Irlanda do Norte. O território está sem governo há mais de um ano e os republicanos do Sinn Féin não desarmam.
Stephen Barclay
Com May a assumir por completo o canal de comunicação com Bruxelas, caberá a Barclay, o novo ministro para o “Brexit”, a “preparação doméstica” do acordo. Inexperiente e sem apoios no Partido Conservador – ao contrário dos antecessores David Davis e Dominic Raab – terá a difícil missão de angariar votos em Westminster para fazer aprovar o texto definitivo. As semanas que se seguem tratarão de confirmar ou refutar a opinião unânime dos analistas britânicos: que foi escolhido para ser uma figura meramente decorativa no Governo e para não fazer sombra ao “Brexit” da primeira-ministra.
Jacob Rees-Mogg
Boris Johnson, David Davis ou Ian Duncan Smith são as figuras mais conhecidas da ala “brexiteer” conservadora, mas tem cabido ao presidente do European Research Group – um grupo de tories eurocépticos – liderar o movimento de contestação interna a May. Nos próximos dias continuará a pressionar os deputados a enviarem para o líder da bancada as 48 cartas necessárias para se iniciar uma moção de desconfiança à primeira-ministra.
Andrea Leadsom
Nos dias que se seguiram à aprovação do rascunho do acordo de saída pelo Governo, a líder da Câmara dos Comuns – que tem assento no Conselho de Ministros – juntou os ministros pró-“Brexit” para persuadir May a promover alterações ao texto. Terá um papel fundamental na comunicação entre executivo e deputados e entre “remainers” e “brexiteers”, essencial para May conseguir passar o texto definitivo na Câmara dos Comuns.