Fundação Manuel António da Mota entrega um milhão de euros a instituições sociais
Temática do ambiente entrou pela primeira vez nos prémios instituídos em 2010.
O número redondo, aquele que vai assinalar os dez anos da criação do Prémio Manuel António da Mota, instituído pela fundação com o mesmo nome em 2010, só vai ser assinalado no próximo ano. Mas já neste ano de 2018 atinge um outro número redondo: será ultrapassada a fasquia de um milhão de euros atribuídos a instituições do sector da economia social e do sector público.
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O número redondo, aquele que vai assinalar os dez anos da criação do Prémio Manuel António da Mota, instituído pela fundação com o mesmo nome em 2010, só vai ser assinalado no próximo ano. Mas já neste ano de 2018 atinge um outro número redondo: será ultrapassada a fasquia de um milhão de euros atribuídos a instituições do sector da economia social e do sector público.
A cerimónia decorre este domingo e conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do ex-Presidente da República Ramalho Eanes e do presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), Filipe Duarte Santos.
Todos os anos a Fundação Manuel António da Mota (FMAM) escolhe um tema diferente para distinguir no âmbito do prémio, com a preocupação de “chamar a atenção para os grandes problemas com que se debate a sociedade portuguesa contemporânea, dando visibilidade às iniciativas e soluções destinadas à sua resolução”, explicou ao PÚBLICO Rui Pedroto, presidente da Comissão Executiva da FMAM.
A pobreza e exclusão social, a educação e o emprego têm figurado invariavelmente entre os temas que são objecto do regulamento do prémio ao longo das sucessivas edições, “por serem questões transversais e de permanente importância para o desenvolvimento social e económico do país”, explica Pedroto.
Este ano, o prémio tem objectivo de distinguir instituições cujos projectos contribuam para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Todos os anos há dez finalistas, e isso é já de si um galardão, uma vez que todos recebem um prémio: 50 mil euros o vencedor, 25 mil o segundo, dez mil o terceiro, e cinco mil euros os restantes sete nomeados.
Este ano, pela primeira vez, as questões ambientais ganham peso na temática do prémio. “São incontornáveis na projecção de uma estratégia mais vasta de desenvolvimento sustentável, de que são um pilar essencial”, justifica Pedroto.
Os dez finalistas do prémio deste ano são:
- Associação Florestal e Ambiental de Vila Pouca de Aguiar;
- Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais;
- Associação Cuidadores – Melhorar a vida de quem cuida;
- Associação BIPP – Inclusão para a Deficiência;
- Câmara de Esposende;
- Cooperativa Integral Minga;
- Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável – Copérnico;
- GAT – Grupo de Activistas em Tratamentos;
- Associação de Pais de Mourisca do Vouga Os Pioneiros;
- Universidade da Beira Interior.
Rui Pedroto explicou que as instituições do sector da economia social e do sector público se candidatam livremente ao prémio, “não havendo qualquer selecção prévia”.
“Recebidas as candidaturas com base num formulário concebido para o efeito, um comité de selecção identifica as dez candidaturas finalistas, cabendo a um júri de selecção, distinto do primeiro, ordenar a sua classificação, escolhendo as três primeiras classificadas e as sete candidaturas a que são atribuídas menções honrosas”, continua. “Os projectos são seleccionados com base num conjunto de critérios de que se destacam a relevância e gravidade do problema identificado no projecto, o grau de cobertura das soluções existentes, bem como o impacto, sustentabilidade, escalabilidade, replicabilidade e potencial de institucionalização das soluções encontradas, a que acresce a capacidade, experiência e qualidade da gestão da instituição candidata.”
Questionado pelo PÚBLICO sobre se a fundação acompanha os premiados e se com eles mantém alguma relação, Rui Pedroto responde positivamente. Assegura que, por exemplo, no caso da instituição que se sagrou vencedora da primeira edição do prémio – a ASTA – Associação Sócio-Terapêutica de Almeida – “a fundação mantém um contacto regular, tendo um conhecimento aprofundado do seu trabalho e sobre a forma como foi aplicado o valor recebido”.
No próximo ano, a FNAM tenciona fazer “uma análise detalhada do percurso das instituições e dos resultados dos projectos premiados”.