João Lourenço vê um “futuro promissor de cooperação e intercâmbio” entre Portugal e Angola
Presidente de Angola recebeu as chaves da cidade do Porto. Haverá sempre quem tenha uma visão “paternalista” sobre Angola, ou de “ressentimento e desconfiança”, disse Rui Moreira.
O Presidente angolano, João Lourenço, disse nesta sexta-feira, no Porto, estar convencido de que a visão portuguesa e angolana sobre o intercâmbio entre os dois países ganhará “expressão real” nas “conversações” que serão mantidas entre as duas delegações.
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O Presidente angolano, João Lourenço, disse nesta sexta-feira, no Porto, estar convencido de que a visão portuguesa e angolana sobre o intercâmbio entre os dois países ganhará “expressão real” nas “conversações” que serão mantidas entre as duas delegações.
“Esta cerimónia abre as portas a um futuro promissor de cooperação e intercâmbio em todos os sectores que possam contribuir para o aprofundamento das nossas relações bilaterais, pois estou convencido que a nossa visão sobre o intercâmbio ganhará expressão real nas conversações que dentro de momentos serão mantidas entre as delegações angolana e portuguesa, chefiadas por mim e pelo primeiro-ministro, António Costa”, disse.
João Lourenço referiu-se ainda à “história heróica” do Porto, conhecida como “cidade do trabalho”, e disse que também em Angola as há. E agradeceu ter recebido as chaves da cidade.
O autarca Rui Moreira deu as boas-vindas ao Presidente angolano, João Lourenço. “Portugal e Angola têm uma história de mais de 500 anos”, começou por dizer o presidente da Câmara do Porto. “O que é importante é a compreensão mútua que nos une”, salientou, referindo-se, entre outros aspectos, à “língua comum” e às novas gerações portuguesas e angolanas que se interessam pelo que se passa em Portugal e em Angola.
Moreira reconheceu que haverá sempre quem não se conforme com a nova ordem nos dois países, mas também referiu que no Porto não há nem complexos de superioridade, nem de inferioridade em relação aos “sucessos” de Angola.
“Haverá sempre quem, pelas melhores ou piores intenções, tenha uma visão paternalista sobre o que se passa em Angola. Também haverá quem, pelas melhores ou piores razões, mantenha algum ressentimento e desconfiança. Mas, falando em nome dos portuenses, porque só em nome deles posso falar, afianço-lhe que vivemos como nossos os vossos sucessos e os vossos avanços e não temos complexos de superioridade ou de inferioridade”, disse o presidente da Câmara do Porto.
Rui Moreira elogiou ainda o “empenho” do Governo português no sucesso da visita, que o autarca considera ser o “sinal do caminho que vem sendo trilhado” e do qual o Porto quer fazer parte.
O encontro entre Rui Moreira e João Lourenço, no Porto, começou com atraso. À hora em que o Presidente angolano devia estar a chegar à Câmara do Porto ainda faltavam cinco minutos para o seu avião aterrar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. À espera da comitiva estava já um grupo de lesados do BES que não raras vezes se instala, em protesto, na Avenida dos Aliados, no Porto.
Após esta cerimónia na câmara municipal para entrega das chaves da cidade, João Lourenço segue para o Palácio da Bolsa, para a assinatura de acordos e reunião com o primeiro-ministro português, António Costa.
Os dois têm ainda outro ponto na agenda: o Fórum Económico Portugal-Angola, no Edifício da Alfândega do Porto, organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e a Agência de Apoio ao Investimento Privado e Promoção das Exportações.