Cuidados a ter para que a Black Friday não seja uma fraude
Os comparadores de preços ajudam a avaliar os descontos oferecidos e é importante conhecer as regras de trocas e devoluções.
Os descontos já andam por aí, mas o pico das compras associadas à Black Friday, realizadas em espaços físicos ou online, ocorrerão na próxima sexta-feira (23 de Novembro) e na segunda-feira seguinte (26 Novembro), quando se realiza a Cyber Monday, exclusivamente online. As duas datas são aproveitadas por muitos consumidores para comprar bens de que precisam, ou que pretendem oferecer na quadra natalícia, por um preço mais baixo, o que é positivo.
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Os descontos já andam por aí, mas o pico das compras associadas à Black Friday, realizadas em espaços físicos ou online, ocorrerão na próxima sexta-feira (23 de Novembro) e na segunda-feira seguinte (26 Novembro), quando se realiza a Cyber Monday, exclusivamente online. As duas datas são aproveitadas por muitos consumidores para comprar bens de que precisam, ou que pretendem oferecer na quadra natalícia, por um preço mais baixo, o que é positivo.
Mas estas iniciativas comerciais também podem ser potencialmente perigosas para os consumidores, se as compras forem realizadas por impulso, ou influenciadas pela dimensão dos descontos publicitados, ou através de sites fraudulentos. Para evitar que a Black Friday se transforme numa “black fraude”, por compras de bens que afinal não apresentam um preço tão atractivo como pareciam, há que tomar algumas medidas.
O primeiro cuidado a ter passa pela identificação, com antecedência, dos produtos que cada consumidor precisa ou pretende adquirir, e dessa forma fazer uma estimativa do que vai gastar. Para esse levantamento é importante conhecer com antecedência que produtos estarão em promoção, através de newsletters das lojas ou o seu acompanhamento através das redes sociais. Há comparadores de preços, como o da Deco Proteste e o do Portal da Queixa, que é lançado especificamente para esta data, que são muito úteis, especialmente para as compras de valor mais elevado.
No caso da ferramenta da Deco Proteste, aberta e gratuita a todos os consumidores, a pesquisa pode ser feita a partir do nome da loja e do produto, ou a inserção na caixa “pesquisa pelo URL” do link completo do produto tal como surge na loja online. O resultado é apresentado em registo de semáforo, com três cores e significados diferentes, baseados no historial de preços dos últimos sete dias, 30 e três meses. A cor verde assinala um bom negócio face à evolução de preços do produto na loja pesquisada, o amarelo quando os preços actuais apresentam pouca diferença em relação aos 30 dias precedentes, e vermelho quando a compra é desaconselhada porque o preço do produto já esteve mais baixo nos últimos três meses.
O site do Portal da Queixa, disponível a partir desta quarta-feira, pretende permitir a consulta de um número alargado de campanhas, comparar ofertas, e denunciar casos de fraude. A novidade deste ano é contar com a adesão de marcas, de vários sectores, que estarão online, no dia 23, para dar resposta às dúvidas, reclamações e pedidos de informação dos consumidores, no tempo máximo de 60 minutos.
Em declarações ao PÚBLICO, Pedro Lourenço, presidente executivo do Portal da Queixa, explicou que o objectivo é garantir, de forma gratuita, a proximidade entre o consumidor e o comerciante, uma iniciativa que visa combater a desconfiança crescente de muitos consumidores a este evento, que foi “importado” da América. Até ao final da tarde desta terça-feira, e especificamente nas marcas que aceitam estar online como os consumidores, via portal, estavam inscritas 45 marcas, um número que Pedro Lourenço acredita que deverá crescer até sexta-feira.
A consulta prévia de preços, alerta a Deco, permite aos consumidores saber quais são as marcas que se propõem-se a igualar os preços mais baixos do mercado caso os consumidores lhes apresentem provas de preços inferiores, nos mesmos produtos, por outras lojas.
Para quem planeie comprar em lojas online, o registo como utilizador, alguns dias antes da Black Friday, pode facilitar o processo de compra, especialmente em websites muito procurados. A associação de defesa do consumidor destaca que também é útil fazer uma lista dos retalhistas que vendem os produtos que procura, que pode ser útil no caso de um website falhar ou uma loja esgotar o stock.
Devoluções e fraudes
Outros cuidados prévios passam pela avaliação das características dos produtos, o que é particularmente importante no caso de telemóveis, tablets, televisores ou electrodomésticos.
É importante o tempo reservado para fazer as compras, e, porque muitos produtos esgotam, fazê-las o mais cedo possível. Se forem realizadas online, bastará esperar que chegue a meia-noite e pode ser vantajoso, quando possível, que essas compras possam ser entregues em loja, o que evita portes de envio.
O consumidor tem o direito de devolver as compras online no prazo de 14 dias. Já as que são feitas em lojas físicas, o comerciante só está obrigado a receber os produtos em caso de defeito. Neste cenário, é importante conhecer a política da loja sobre trocas e devoluções.
E por último, mas não menos importante, a Deco alerta para os riscos associados a contas nas redes sociais para publicitar lojas fictícias ou vender produtos contrafeitos e pirateados.