Com pouca vontade, Trump pondera visitar tropas no Iraque ou no Afeganistão
Numa reunião com conselheiros, o Presidente dos EUA enunciou os prós e sobretudo os contra de uma visita sua a tropas em cenário de guerra.
Desde a II Guerra Mundial que os chefes de Estado americanos visitam as suas tropas em cenários de guerra. Porém, Donald Trump ainda não o fez — por não ter tempo, por ter medo do que possa acontecer e por não acreditar nas missões. Mais de ano e meio depois de ter tomado posse, o Presidente dos Estados Unidos deu os primeiros sinais de que pode visitar militares americanos estacionados em zonas de combate.
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Desde a II Guerra Mundial que os chefes de Estado americanos visitam as suas tropas em cenários de guerra. Porém, Donald Trump ainda não o fez — por não ter tempo, por ter medo do que possa acontecer e por não acreditar nas missões. Mais de ano e meio depois de ter tomado posse, o Presidente dos Estados Unidos deu os primeiros sinais de que pode visitar militares americanos estacionados em zonas de combate.
Segundo o jornal The Washington Post, Trump reuniu com conselheiros para discutir a possibilidade de visitar as tropas no Iraque ou no Afeganistão. Nessas reuniões, descritas como tendo carácter privado — e em que o Presidente falou livremente —, Donald Trump apresentou os argumentos a favor e contra a viagem. Uma fonte do jornal disse que Trump não quis ainda visitar as tropas por “ter medo deste tipo de situações”.
Mas o principal argumento do Presidente que sempre se posicionou como um aliado dos militares na Casa Branca é não querer associar-se a missões com que não concorda.
“Ele não quer ser ligado a missões que considera um fracasso”, disse a fonte do jornal de Washington.
Uma fonte envolvida na reunião de Trump com os conselheiros contou ao Post que o Presidente classificou de “vergonhosas” as missões no Afeganistão e no Iraque. Também fez referência aos “voos longos” e aos “potenciais riscos de segurança” implícitos numa visita a uma zona de combate.
“Ele nunca quis lá ir, tem medo deste tipo de situações, tem medo que o queiram matar”, disse uma fonte ouvida pelo jornal.
O próprio Trump já mencionou em público (em declarações à Fox News) a possibilidade de visitar militares no estrangeiro. Mas sublinhou que tem uma “agenda incrivelmente apertada”. “Obviamente por razões de segurança e por tudo o resto não queremos falar muito sobre isso”, disse.
As razões de segurança ditam que estas visitas não sejam divulgadas com antecedência. As fontes do Post excluíram porém que Trump viaje no Thanksgiving (quinta-feira), um dos mais importantes feriados americanos, quando as famílias se reúnem à mesa. Trump, diz o jornal, vai passar esse feriado na sua casa na Florida. Outros presidentes aproveitaram precisamente esse feriado especial para visitar as tropas que estão longe das famílias.
Quando era candidato presidencial, Donald Trump criticou a presença militar americana no estrangeiro e prometeu reduzi-la, sobretudo nas missões da chamada “guerra contra o terrorismo”. Porém, em algumas zonas foi obrigado a aumentar o contingente — teve que enviar mais soldados para o Afeganistão, onde a guerra se trava há já 17 anos; neste país estão 15 mil militares dos EUA.
Desde que Trump tomou posse, em Janeiro de 2016, morreram dezenas de tropas americanas em cenários de guerra — no Afeganistão, só este ano, morreram oito. E o Presidente tem sido criticado por estar a passar um sentimento de abandono a estes homens.
O seu antecessor, Barack Obama, visitou as tropas no Iraque dois meses depois de ter tomado posse e o Afeganistão ao fim de um ano. George W. Bush visitou o Iraque oito meses depois de ter declarado a guerra no país.