A história da indústria conserveira em Portugal deu um documentário

Chama-se Portugal tem lata e tem estreia marcada no festival Porto/Post/Doc a 25 de Novembro.

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Durante anos considerado um alimento de tropas e de pobres, algumas conservas de peixe atingem hoje um estatuto gourmet e são símbolo português presente em qualquer loja de souvenirs. A história do país dos últimos séculos é indissociável da indústria conserveira, da qual Portugal chegou a ser o maior produtor a nível mundial.

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Durante anos considerado um alimento de tropas e de pobres, algumas conservas de peixe atingem hoje um estatuto gourmet e são símbolo português presente em qualquer loja de souvenirs. A história do país dos últimos séculos é indissociável da indústria conserveira, da qual Portugal chegou a ser o maior produtor a nível mundial.

O documentário Portugal tem lata, com estreia marcada no festival Porto/Post/Doc a 25 de Novembro, propõe-se recuar aos primórdios das conserveiras nacionais para depois abordar, durante cerca de 1h40, o “longo caminho que foi necessário percorrer até ao ponto em que se encontra hoje este sector económico tão determinante para o país”.

A narrativa divide-se em duas partes. A primeira atravessa as quatro fases principais da indústria em Portugal até ao final da Segunda Guerra Mundial: o período “histórico” até 1855, quando se inicia a “industrialização” (até 1880), entrando depois numa fase “tecnológica” (até 1920) e de desenvolvimento “socioeconómico” (até 1945).

Já a segunda parte do documentário, realizado por João Trabulo e Rui Pregal da Cunha, antigo vocalista da banda Heróis do Mar, reflecte sobre “a grave crise e a decadência do sector no pós-guerra”, o período em que as fábricas de conservas quase deixaram de existir, entre o 25 de Abril e os finais dos anos 1980, até à “tendência actual de glorificação das conservas como produto trendy”. Das 152 fábricas de conservas de peixe que existiam em Portugal nas vésperas da Segunda Guerra Mundial restam hoje 21.

O filme Portugal tem lata vai ser exibido pela primeira vez no Cinema Passos Manuel, no Porto, a 25 de Novembro, às 19h. Depois de estrear no Porto/Post/Doc, festival de cinema documental contemporâneo que decorre em várias salas da cidade entre 24 de Novembro a 2 de Dezembro 2018, a obra chega à televisão portuguesa, com transmissão na estação pública em data ainda a divulgar.