Ministério Público investiga chefe de gabinete do ministro da Defesa
Paulo Lourenço faz saber que "desconhecia e desconhece a existência de um inquérito" e que "repudia qualquer sugestão directa ou indirecta sobre a alegada utilização ilícita de verbas do Estado".
O Ministério Público está a investigar Paulo Lourenço, chefe de gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, noticia o Correio da Manhã na edição deste domingo. Em causa estarão suspeitas de utilização indevida de dinheiros públicos pertencentes a representações diplomáticas de Portugal no estrangeiro, segundo aquele jornal. No caso de Paulo Lourenço tratar-se-á do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo, onde o diplomata assumiu o cargo de cônsul-geral entre Abril de 2012 e Agosto deste ano.
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O Ministério Público está a investigar Paulo Lourenço, chefe de gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, noticia o Correio da Manhã na edição deste domingo. Em causa estarão suspeitas de utilização indevida de dinheiros públicos pertencentes a representações diplomáticas de Portugal no estrangeiro, segundo aquele jornal. No caso de Paulo Lourenço tratar-se-á do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo, onde o diplomata assumiu o cargo de cônsul-geral entre Abril de 2012 e Agosto deste ano.
Contactada pelo PÚBLICO sobre a existência desta investigação, que abrangerá outros diplomatas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma apenas que “foi localizado um inquérito relacionado com a matéria” referida. Mas não menciona nenhum nome. “Encontra-se em investigação no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça”, acrescenta apenas a PGR.
Questionado pelo PÚBLICO, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros respondeu que "o MNE não tem conhecimento de que o diplomata Paulo Lourenço está a ser investigado", para logo em seguida acrescentar que o Ministério Público afirmou à comunicação social que o "alegado inquérito está em segredo de justiça". O ministério garante ainda que "não impende sobre o referido diplomata nenhum inquérito disciplinar, por não terem sido apuradas irregularidades que o justificassem aquando do seu exercício do cargo de cônsul-geral em S. Paulo".
Por seu lado, o Ministério da Defesa reagiu enviando um esclarecimento às redacções, afirmando que Paulo Lourenço "repudia qualquer sugestão directa ou indirecta sobre a alegada utilização ilícita de verbas do Estado".
De acordo com o comunicado, "Paulo Lourenço desconhecia e desconhece a existência de um inquérito do Ministério Público relacionado com o tempo em que exerceu as funções de Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, de 2012 a 2018".
"Mais se informa que é falso que Paulo Lourenço geria pessoalmente uma verba de três milhões de euros, não contabilizada, no Consulado Geral de São Paulo. É falsa qualquer alegação de que existissem contas não escrituradas ou indevidamente manipuladas e desconhece-se o que se pretende dizer com irregularidades relativas a vistos gold que, de resto, não são competência dos Consulados ou embaixadas", prossegue o ministério em reacção ao artigo do Correio da Manhã.
O Consulado-Geral de São Paulo é habitualmente objecto de inspecções periódicas e ordinárias, "uma das quais, aliás", sublinha a nota do ministério, foi solicitada por Paulo Lourenço e "realizada no início de funções".
Independentemente "de esclarecimentos que o Ministério dos Negócios Estrangeiros possa entender vir a prestar sobre este assunto", remata a nota do Ministério da Defesa, "Paulo Lourenço considera inaceitáveis as suspeições criadas pelo referido artigo que, com alusões genéricas e não substanciadas, extraídas de um processo que se desconhece, põem em causa o seu bom nome e honorabilidade".