Palavras, expressões e algumas irritações: banda desenhada
Os criadores do Homem-Aranha, Steve Ditko e Stan Lee, já não estão neste mundo. No princípio... era a banda desenhada: “História em quadradinhos, sequência de desenhos usada para traduzir um texto de linguagem discursiva corrente.”
Stan Lee morreu na segunda-feira, com 95 anos. Steve Ditko deixou este mundo em Julho, com 90. Na verdade, um e outro nunca foram deste mundo. Habitavam o da banda desenhada e dos super-heróis — que a Marvel soube capitalizar, usando (ou explorando) o talento de ambos (e de mais alguns). Certo é que o Homem-Aranha nunca deixará de ficar associado a Steve e a Stan, que o criaram em 1962.
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Stan Lee morreu na segunda-feira, com 95 anos. Steve Ditko deixou este mundo em Julho, com 90. Na verdade, um e outro nunca foram deste mundo. Habitavam o da banda desenhada e dos super-heróis — que a Marvel soube capitalizar, usando (ou explorando) o talento de ambos (e de mais alguns). Certo é que o Homem-Aranha nunca deixará de ficar associado a Steve e a Stan, que o criaram em 1962.
No princípio... era a banda desenhada. “História contada através de uma sequência de desenhos, com ou sem texto”, regista um dicionário. “História em quadradinhos, sequência de desenhos usada para traduzir um texto de linguagem discursiva corrente”, regista outro.
Neste universo, cujos super-heróis The Washington Post classificava em 1992 como “bonecos de cartão”, há um léxico próprio. Um “balão” não voa, é um “espaço delimitado por uma curva fechada no qual estão inscritas as falas ou os pensamentos das personagens”. Uma “prancha” não é para surfar, trata-se de “um conjunto de tiras de banda desenhada que constituem uma página”.
O dicionário enciclopédico remete-nos para “comic”: “Palavra inglesa com que se designa uma sequência de representações gráficas com finalidade narrativa que representam um mesmo personagem em circunstâncias diversas.” E dá-nos designações para diferentes geografias: “Na América Latina, designa-se historietas; em Itália fumetti; em Portugal, histórias em quadradinhos.” No Brasil, “em quadrinhos”. Informa ainda: “Se bem que existam precursores, o primeiro comic foi o Yellow Kid, de Outcault, publicado no World, jornal de Nova Iorque. A partir de 1960 tem sido objecto de numerosos estudos e congressos como meio de comunicação de massas.”
Por cá, salientamos o Festival Internacional de BD de Beja (Maio e Junho) e o Festival de BD da Amadora (Novembro). Para quem não gosta só de ecrãs.
A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO