Trump visita o que resta de Paradise, cidade da Califórnia onde ainda há 1276 desaparecidos
Presidente visitou a cidade arrasada pelos fogos que fizeram pelo menos 76 mortos. Antes, admitiu que as alterações climáticas “podem ter contribuído um pouco” para os incêndios na Califórnia.
As autoridades continuam à procura de 1276 pessoas numa altura em que o incêndio que devastou a pequena cidade montanhosa de Paradise, 130km a norte da capital da Califórnia Sacramento, está 60% controlado – o chamado “Camp Fire”, devido ao nome do local onde deflagrou, trata-se do pior entre os vários que desde dia 8 ardem na Califórnia. Já fez pelo menos 76 mortos, tornando-se o mais mortífero de sempre no estado.
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As autoridades continuam à procura de 1276 pessoas numa altura em que o incêndio que devastou a pequena cidade montanhosa de Paradise, 130km a norte da capital da Califórnia Sacramento, está 60% controlado – o chamado “Camp Fire”, devido ao nome do local onde deflagrou, trata-se do pior entre os vários que desde dia 8 ardem na Califórnia. Já fez pelo menos 76 mortos, tornando-se o mais mortífero de sempre no estado.
O essencial das operações de busca dos desaparecidos concentra-se em Paradise, onde viviam muitos reformados que não terão conseguido fugir a tempo.
Casas em ruínas, carros calcinados, fumo espesso (e perigoso para a saúde)... Foi assim que Donald Trump encontrou esta área durante o fim-de-semana. “É muito triste de ver”, afirmou aos jornalistas depois de passar 20 minutos num antigo campo de caravanas transformado em cinzas. “E no que respeita ao número de mortos ninguém sabe realmente o que dizer nesta altura, há muitos desaparecidos.”
O Camp Fire destruiu 60 mil hectares e continua a ameaçar as casas de perto de 50 mil pessoas, à espera de receberam a qualquer momento ordens de evacuação. O ar está de tal forma afectado pelo fumo que os níveis perigosos chegam a São Francisco, a 280km. As autoridades da cidade lançaram um alerta já na sexta-feira sobre a poluição atmosférica e as escolas públicas foram encerradas.
A chuva que ajudará a acabar com os fogos e a melhorar a qualidade do ar é esperada a partir de terça-feira. “Vai trazer um alívio muito necessário aos bombeiros e à qualidade do ar, mas há o potencial para que se criem deslizamentos de terras perigosos onde a vegetação está queimada em colinas e declives”, avisa Patrick Burke, do Serviço de Prevenção Meteorológica Nacional em College Park, Maryland, citado pela Reuters.
No Sul do Estado, perto de Los Angeles, estava quase totalmente controlado o chamado “Woolsey Fire”, que queimou perto de 40 mil hectares, incluindo uma parte da estância balnear de Malibu, onde matou três pessoas.
Trump passou a semana a criticar a “má gestão florestal” das autoridades californianas (a braços há anos com uma seca crónica), ameaçando até “cortar fundos federais”, ignorando que a maior parte da gestão florestal está sob jurisdição de Washington. “Precisamos de uma gestão diferente, há muito tempo que eu defendo isto”, afirmou durante a visita a algumas das áreas afectadas.
As alterações climáticas “podem ter contribuído um pouco” para a progressão das chamas, mas “o maior problema é a gestão”, insistiu numa entrevista ao canal de televisão Fox News. Questionado sobre se estes incêndios o fizeram mudar de opinião sobre as alterações climáticas (Trump já pôs várias vezes em casa o impacto das actividades humanas nas mudanças em curso), o Presidente respondeu apenas: “Não. Tenho uma opinião categórica.”