Activistas pró-democracia de Hong Kong começam a ser julgados segunda-feira
Líderes dos protestos de 2014 contra a repressão antidemocrática de Pequim podem vir a ter de cumprir sete anos na prisão.
Nove líderes dos protestos de 2014, em Hong Kong, a favor de reformas e mais autonomia do território face à China começam a ser julgados esta segunda-feira. Os activistas enfrentam várias acusações, incluindo assembleia ilegal e desobediência, e, em caso de condenação, podem vir a cumprir sete anos de prisão.
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Nove líderes dos protestos de 2014, em Hong Kong, a favor de reformas e mais autonomia do território face à China começam a ser julgados esta segunda-feira. Os activistas enfrentam várias acusações, incluindo assembleia ilegal e desobediência, e, em caso de condenação, podem vir a cumprir sete anos de prisão.
Os activistas serão julgados pelo seu papel na organização da manifestação que levou milhares de pessoas – sobretudo jovens e estudantes – a ocupar o centro financeiro de Hong Kong durante semanas a fio, denunciando a violação, por parte do Partido Comunista Chinês, do acordo “Uma China, dois sistemas”, que atribuiu ao território um estatuto especial, quando em 1997 deixou de estar sob administração do Reino Unido.
Na origem dos protestos esteve a decisão de Pequim de voltar atrás na promessa de permitir uma eleição por sufrágio directo universal para a escolha do líder da cidade. A votação realizou-se em 2017 mas foi decidida por 1200 elementos de uma comissão eleitoral nomeada pelo poder central.
O movimento de contestação ficou conhecido por “revolução dos guarda-chuvas”, por terem sido esses os objectos utilizados pelos manifestantes para se protegerem do gás lacrimogéneo utilizado pela polícia para os dispersar.
Entre os activistas que começam agora a ser julgados estão três importantes organizadores do protesto: o sociólogo Chan Kin-man, o professor de Direito Benny Tai e o ministro da Igreja Baptista Chu Yiu-ming.
“A China não honrou a promessa de permitir que Hong Kong tenha democracia. Somos apenas um exemplo que demonstra como a ascensão de uma China antidemocrática pode ser ameaçadora para o resto do mundo”, defendeu recentemente Chan, citado pelo Guardian.
Segundo o diário britânico, que cita organizações de direitos humanos, há mais de 200 pessoas acusadas de delitos pela participação na “revolução dos guarda-chuvas” em Hong Kong.