Ministro da Defesa diz que Marinha "faz milagres" com os recursos que tem

João Gomes Cravinho visitou a Base Nacional de Lisboa, no Alfeite, em Almada.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

O ministro da Defesa Nacional visitou nesta quarta-feira a Base Nacional de Lisboa, no Alfeite, em Almada, e referiu que a Marinha Portuguesa “faz milagres” com os recursos que tem disponíveis, avançando que esta área vai receber novos navios.

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O ministro da Defesa Nacional visitou nesta quarta-feira a Base Nacional de Lisboa, no Alfeite, em Almada, e referiu que a Marinha Portuguesa “faz milagres” com os recursos que tem disponíveis, avançando que esta área vai receber novos navios.

“Naturalmente que os recursos são sempre escassos face aos nossos desejos, mas um elemento que ficou extremamente claro para mim é que a Marinha Portuguesa faz milagres com os recursos que existem. Nós temos uma capacidade de intervenção, de protecção, de contribuir para a missão das Forças Armadas Portuguesas que é absolutamente notável”, sublinhou João Gomes Cravinho em declarações aos jornalistas no Alfeite, onde ficou a conhecer as medidas de segurança e vigilância adoptadas na Marinha.

Um aspecto que chamou a atenção do ministro, segundo referiu, foi o orçamento na ordem dos 65 milhões de euros, em 2019, para as forças nacionais, em que, “por si só, a Marinha teria capacidade para missões na ordem dos 40 milhões de euros”.

“A capacidade da Marinha é superior àquilo que é a sua utilização e, por isso, dá-nos pena de não haver mais recursos para utilizar em pleno as capacidades, mas, por outro lado, dá-nos também algum alento pelas capacidades que a Marinha Portuguesa nos oferece", explicou.

Quanto à necessidade de obras e modernização desta força, João Gomes Cravinho informou que a Lei de Programação Militar, que irá ser aprovada por um período de 12 anos, oferece “um conjunto de novas oportunidades”, em que a Marinha “será um dos maiores beneficiados”.

“Iremos ter seis navios-patrulha oceânicos, iremos ter um navio polivalente logístico pela primeira vez, que nos oferece capacidades completamente novas, e iremos ter um conjunto de modernizações de diferentes navios. Os recursos são sempre inferiores aos que gostaríamos, mas a Marinha Portuguesa, ao longo dos próximos anos, continuará a ser dotada dos meios necessários para cumprir a sua missão”, garantiu.

Por outro lado, em relação à falta de efectivos, indicou que este é um desafio que “se coloca à Marinha, como se coloca a outros ramos, e como se coloca à generalidade das Forças Armadas dos países europeus”, revelando que é um tema ao qual se vai dedicar.

“É um tema ao qual eu vou dedicar muita atenção, como recrutar mais e melhor, como reter mais e melhor os efectivos nas nossas Forças Armadas. O chefe do Estado-Maior da Armada já me deu algumas indicações sobre procedimentos melhorados na Marinha para recrutar e reter efectivos e este é um caminho que vamos ter que fazer”, sublinhou.

Quando questionado sobre a posição do Governo quanto à criação de um Exército europeu, o ministro assumiu que “Portugal não está interessado e não participará”.

“Há uma resolução muito clara sobre essa matéria por parte da Assembleia da República e, enquanto essa resolução estiver lá, essa será a posição de Portugal. Devo, no entanto, dizer que, nas reuniões em que participei, o assunto não estava em cima da mesa. Excepto pela negativa, em que eu, como ministro português, e outros ministros de outros países disseram que não participariam em tal exercício”, afirmou.

A visita acontece na sequência do caso de Tancos e previa também a deslocação do ministro da Defesa aos paióis militares do Marco do Grilo, da Marinha. Contudo, este momento foi fechado à comunicação social.

Nas cerimónias do Dia do Exército, em Guimarães, em Outubro, João Gomes Cravinho disse que é “fundamental ter a garantia de que as lições foram aprendidas” e, desde essa altura, tem repetido que está a avaliar com as chefias militares as medidas que foram tomadas na sequência do furto de Tancos, nomeadamente o reforço da segurança física das instalações, os investimentos em infra-estruturas, em sistemas de videovigilância e inventariado.

Entre o material de guerra furtado incluem-se granadas, explosivos e munições que vieram a aparecer, com algumas faltas, cerca de três meses e meio depois, na Chamusca, numa operação da Polícia Judiciária Militar (PJM), que foi alvo de um inquérito judicial e levou à constituição de nove arguidos.