Portugueses com síndrome de Down derrotam campeões do mundo de futsal e seguem líderes

A equipa portuguesa de futsal soma três vitórias e uma derrota e chegou à final, disputada nesta quinta-feira, na cidade italiana de Terni. “Estes jogadores merecem o nosso reconhecimento”, acredita o seleccionador português.

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A chegada da equipa a Itália Fotografia cedida por Pedro Silva

A selecção portuguesa de futsal de síndrome de Down entrou a vencer no Campeonato Europeu FIFDS (Federação Internacional de Futebol para Síndrome de Down), que decorre em Itália de 12 a 15 de Novembro: a equipa venceu na segunda-feira por 5-3, derrotando a Itália, equipa anfitriã e campeã do mundo na modalidade. “O objectivo é sermos campeões da Europa”, garante ao PÚBLICO o seleccionador da equipa, Pedro Silva. Algo que pode acontecer já nesta quinta-feira, durante a final contra Itália.

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A selecção portuguesa de futsal de síndrome de Down entrou a vencer no Campeonato Europeu FIFDS (Federação Internacional de Futebol para Síndrome de Down), que decorre em Itália de 12 a 15 de Novembro: a equipa venceu na segunda-feira por 5-3, derrotando a Itália, equipa anfitriã e campeã do mundo na modalidade. “O objectivo é sermos campeões da Europa”, garante ao PÚBLICO o seleccionador da equipa, Pedro Silva. Algo que pode acontecer já nesta quinta-feira, durante a final contra Itália.

Depois da estreia, a equipa portuguesa jogou já nesta quarta-feira contra a Turquia, vencendo por 3-2, e novamente contra Itália, perdendo por um golo (4-3) — neste último jogo, a culpa foi do “cansaço”, acredita o presidente da Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual (ANDDI), José Costa Pereira, que está a acompanhar a selecção portuguesa. “Há uma limitação em termos de tempo”, refere.

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Fotografia cedida por Pedro Silva

A selecção, que está agora em primeiro lugar na tabela classificativa, defrontou ainda a Turquia na tarde desta quarta-feira e venceu por 1-0. Esta é a primeira edição do campeonato europeu e conta com a participação de Portugal, Turquia e Itália. A selecção portuguesa segue para a final, disputada contra Itália, marcada para quinta-feira, 15 de Novembro, na cidade italiana de Terni. 

Uma entrada em grande

“A primeira vitória contra a actual campeã do mundo deu muito ânimo aos jogadores, eles ficaram muito felizes”, afirma o seleccionador, que tem 33 anos e trabalha na Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, onde acompanha “crianças, adultos e idosos” com deficiências e atletas de outras modalidades. “Foi uma entrada em grande, foi uma vitória com alguma surpresa até. Estivemos muito bem e sempre à frente do marcador”, refere o presidente da ANDDI, José Costa Pereira.

Pedro Silva considera que estes jogos e as equipas com deficiências não têm tido grande reconhecimento por parte da comunicação social e lamenta que o Campeonato Mundial do ano passado — que foi organizado por Portugal e decorreu em Viseu em Abril — quase não tenha sido mediatizado. “Estes jogadores merecem o nosso reconhecimento, mas existe uma grande desigualdade por parte da comunicação social”, diz. Com a divulgação dos jogos no Facebook, isso tem melhorado.

A selecção portuguesa de futsal de síndrome de Down é composta por dez jogadores, com “idades muito variadas, entre os 23 e os 44 anos”, explica Pedro Silva. “Os jogadores são de vários pontos do país, mas a maioria é do Norte. Muitos deles pertencem a clubes e a instituições de solidariedade social.”

A equipa é constituída pelo capitão Nelson Silva (Cercigui, Guimarães) — que foi considerado o melhor jogador no campeonato mundial — e pelos jogadores Carlos Lobo (CAID de Santo Tirso), Helder Ornelas (Clube Desportivo “Os Especiais”, da Madeira), Paulo Lino (Cerciag, Águeda), Norberto Santos (Cercimira), Luís Gonçalves (Clube Cercifaf), Tiago Castro (Clube Gaia), César Morais e Daniel Maia (F.C. Porto), Ricardo Pires (Mapadi, Póvoa de Varzim) e o suplente Rui Sousa (APPACDM de Coimbra e Montemor-o-Velho).

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Fotografia cedida por Pedro Silva

A síndrome de Down, também conhecida como trissomia 21, é caracterizada pela existência de três cromossomas 21, em vez do habitual par — o que causa uma série de complicações fisiológicas e uma capacidade cognitiva limitada.

Actualização a 15 de Novembro: a equipa portuguesa sagrou-se campeã da Europa nesta quinta-feira. Leia mais aqui