Hospitais com “pior resultado económico de sempre” em 2017
Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) alerta para a evolução negativa dos resultados nos últimos três anos.
Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde registaram em 2017 resultados operacionais negativos quase três vezes mais altos do que em 2014, naquilo que constitui “o seu pior resultado económico de sempre”, alerta o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, em declarações feitas ao Jornal de Negócios.
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Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde registaram em 2017 resultados operacionais negativos quase três vezes mais altos do que em 2014, naquilo que constitui “o seu pior resultado económico de sempre”, alerta o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, em declarações feitas ao Jornal de Negócios.
De acordo com esta publicação, ao analisar os indicadores económicos dos 43 hospitais EPE com dados comparáveis entre 2014 e 2017 (num total de 45 hospitais), os resultados globais negativos ascenderam no ano passado aos 460 milhões de euros, um valor que é quase 200% superior ao de 2014, e os prejuízos ascenderam a 440 milhões de euros, cinco vezes mais do que em 2014. Entre as unidades hospitalares analisadas, três registaram resultados líquidos positivos, tendo apenas cinco apresentado um evolução positiva face a 2014.
Ao Jornal de Negócios, Alexandre Lourenço defendeu que os hospitais EPE "encerraram o ano de 2017 com o seu pior resultado económico de sempre", defendendo que tal acontece devido essencialmente ao subfinanciamento e à má gestão orçamental e criticando a estratégia de redução da autonomia financeira que diz estar a ser seguida pelo Governo.
"Ao invés de apostar na melhoria da capacidade gestionária das organizações, optou pela limitação da autonomia e agravamento da centralização da decisão nas Finanças – mais acentuada" que durante o programa da troika, defende o presidente da APAH.
Há uma semana, o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, estimou que as dívidas dos hospitais aos fornecedores deverão ficar entre os 400 milhões e os 450 milhões de euros no final do ano — uma revisão em alta do valor previsto anteriormente. O Governo pretende concluir nos últimos meses do ano uma injecção de 500 milhões de euros nos hospitais para fazer face a estas dívidas.