Trump falha visita a cemitério americano "para não causar perturbações" no trânsito
Presidente dos Estados Unidos está a ser criticado por desmarcar homenagem a milhares de soldados mortos na I Guerra Mundial, em França. Chuva impediu viagem de helicóptero.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polémica este fim-de-semana por não ter visitado o cemitério de Aisne-Marne, nos arredores de Paris, onde deveria ter prestado homenagem aos milhares de soldados norte-americanos mortos na Batalha de Belleau, na I Guerra Mundial. Depois de a Casa Branca ter dito que a viagem foi cancelada porque a chuva impediu a saída do helicóptero, a porta-voz, Sarah Sanders, apresentou esta segunda-feira uma segunda justificação para a ausência: o Presidente norte-americano optou por não fazer a viagem de carro "para não causar uma perturbação inesperada à cidade e ao seu povo”.
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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polémica este fim-de-semana por não ter visitado o cemitério de Aisne-Marne, nos arredores de Paris, onde deveria ter prestado homenagem aos milhares de soldados norte-americanos mortos na Batalha de Belleau, na I Guerra Mundial. Depois de a Casa Branca ter dito que a viagem foi cancelada porque a chuva impediu a saída do helicóptero, a porta-voz, Sarah Sanders, apresentou esta segunda-feira uma segunda justificação para a ausência: o Presidente norte-americano optou por não fazer a viagem de carro "para não causar uma perturbação inesperada à cidade e ao seu povo”.
A visita estava marcada para sábado, inserida nas comemorações dos 100 anos do Armistício, organizadas pelo Presidente francês, Emmanuel Macron. As comemorações contaram com a participação de vários líderes mundiais, como Trump, a chanceler alemã, Angela Merkel, ou o Presidente russo, Vladimir Putin.
Mas essa visita acabou por ser desmarcada por causa da chuva. Os serviços da Casa Branca e o corpo de Marines (responsável pelo helicóptero oficial, conhecido como Marine One) deram um parecer negativo à viagem de helicóptero, e esse conselho foi acatado pelo Presidente.
A viagem poderia ter sido feita de carro, numa caravana presidencial, já que o cemitério de Aisne-Marne fica a menos de 100 quilómetros de Paris, num percurso que, num dia normal, demora cerca de uma hora e meia.
Esta segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca disse que o Presidente não foi de carro para não perturbar o trânsito na cidade, num dia que já tinha bastantes limitações por causa das comemorações dos 100 anos do Armistício e por causa da chuva.
A ausência do Presidente Trump foi recebida com muitas críticas, no Reino Unido e nos Estados Unidos. O deputado britânico Nicholas Soames, neto de Winston Churchill, chamou mesmo "desadequado patético" ao Presidente dos Estados Unidos.
"Eles morreram virados para o inimigo e aquele desadequado patético do Donald Trump nem sequer conseguiu desafiar as condições meteorológicas para homenagear os caídos", escreveu Soames no Twitter.
Também no Reino Unido, o secretário de Estado da Defesa, Tobias Elwood – um britânico nascido em Nova Iorque – respondeu à notícia do cancelamento da visita do Presidente Trump com uma mensagem crítica: "Como portador de dupla nacionalidade, lamento ler isto. A chuva era algo normal na Frente Ocidental. Felizmente não impediu os nossos bravos heróis de fazerem o seu trabalho."
Outros críticos da decisão da Casa Branca fizeram notar que líderes como o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, viajou 190 quilómetros de carro, no mesmo dia, para visitar o cemitério canadiano de Vimy.
A Casa Branca fez-se representar no cemitério de Aisne-Marne, no sábado, pelo chefe de gabinete, John Kelly, e pelo chefe das Forças Armadas, Joe Dunford. Donald Trump visitou um outro cemitério norte-americano, no domingo, em Suresnes, nos subúrbios de Paris.