Frente Comum exige reinício das negociações na função pública
“A lei da negociação está a ser violada ano após ano”, alerta a dirigente Ana Avoila, desafiando os trabalhadores a participar na manifestação desta quinta-feira.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração pública lamenta estar há um mês à espera que o Governo retome as negociações na função pública e exige que seja marcada uma nova reunião para discutir os aumentos salariais no próximo ano e outras matérias questão pendentes desde meados de Outubro.
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A Frente Comum de Sindicatos da Administração pública lamenta estar há um mês à espera que o Governo retome as negociações na função pública e exige que seja marcada uma nova reunião para discutir os aumentos salariais no próximo ano e outras matérias questão pendentes desde meados de Outubro.
"Esperemos que o Governo não esteja à espera de apresentar o Orçamento [do Estado para 2019] até ao fim para depois apresentar a contraproposta aos sindicatos. Era o que faltava! A lei da negociação está a ser violada ano após ano", alertou a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, durante uma conferência de imprensa nesta segunda-feira.
"Não é do telhado que se constrói. É de baixo que se constrói. Podemos nunca nos entender, mas a questão é que assim é que isto funciona e não de outra maneira", acrescentou, citada pela Lusa.
Ana Avoila, lembrou que a última reunião teve lugar a 12 de Outubro, "há precisamente um mês”, com a promessa de uma nova reunião na semana seguinte que não aconteceu, numa "violação do direito à negociação ano após ano".
Por considerar que um mês "já é demais", a estrutura sindical enviou na sexta-feira um ofício ao Governo "exigindo o cumprimento do direito de negociação colectiva anual, tal como estipulado na lei, e a marcação de uma nova reunião".
A Frente Comum exige que o Governo “clarifique e exponha em concreto quais são as suas contrapropostas sobre aumentos salariais na Administração Pública para 2019, último ano da legislatura”.
O Governo tem disponíveis 50 milhões de euros para aumentar os salários dos funcionários públicos, mas ainda não definiu como irá distribuir este montante. Já foram equacionados vários cenários, mas aos sindicatos ainda não foi apresentado formalmente nenhum.
Ana Avoila lembra que a adesão dos trabalhadores da Administração Pública à greve de 26 de Outubro foi "uma clara demonstração do descontentamento e um sério aviso ao Governo de que os trabalhadores não se resignam e vão prosseguir a luta em defesa das suas justas reivindicações".
A sindicalista apelou aos trabalhadores que participem na manifestação convocada pela CGTP para esta quinta-feira e que terá lugar em Lisboa.