António Costa defende reforma da zona euro até às europeias
Primeiro-ministro defende que os partidos sociais-democratas e socialistas da União Europeia liderem a reforma da zona euro até Maio. Será a resposta ao “populismo antieuropeu”, garante em Berlim
A conclusão no actual “mandato deste Parlamento Europeu” da reforma da zona euro, concretamente “a união bancária, a reforma do Mecanismo Europeu de Estabilidade, incluindo a criação de um instrumento de apoio ao Fundo Único de Resolução, o Sistema Europeu de Seguro de Depósitos, a criação de uma capacidade orçamental própria para a zona euro”, como forma de “completar a União Económica e Monetária”, é defendida neste sábado pelo primeiro-ministro, António Costa, em Berlim, num debate organizado pelo SPD, em que participam também a secretária-geral deste partido alemão, Andrea Nahles, e o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras.
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A conclusão no actual “mandato deste Parlamento Europeu” da reforma da zona euro, concretamente “a união bancária, a reforma do Mecanismo Europeu de Estabilidade, incluindo a criação de um instrumento de apoio ao Fundo Único de Resolução, o Sistema Europeu de Seguro de Depósitos, a criação de uma capacidade orçamental própria para a zona euro”, como forma de “completar a União Económica e Monetária”, é defendida neste sábado pelo primeiro-ministro, António Costa, em Berlim, num debate organizado pelo SPD, em que participam também a secretária-geral deste partido alemão, Andrea Nahles, e o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras.
No discurso, a que o PÚBLICO teve acesso, Costa afirma que, se a reforma da zona euro não se concretizar até ao fim do actual mandato Parlamento Europeu, a “transição entre quadros”, que ocorre a cada novo mandato da assembleia parlamentar da União Europeia, “terá um impacto muito negativo na evolução da economia europeia e na confiança dos cidadãos”. E sustenta que “assegurar uma União Europeia mais forte e mais eficaz na protecção dos europeus” será “a resposta ao medo” que “sentem” os cidadãos europeus, e que essa resposta “não é o populismo antieuropeu”.
Proclamando os valores europeus, Costa argumenta que não é possível “querer mais Europa da defesa, da segurança, da investigação científica, se não tivermos uma zona euro estável, capaz de criar prosperidade para todos e promover a convergência”. E defende que cabe aos partidos sociais-democratas e socialistas democráticos da UE liderarem este processo, quando ele está a ser impulsionado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron. “Quando até um liberal como Macron compreendeu que é absolutamente vital para o futuro do projecto europeu completar a União Económica e Monetária, nós não podemos deixar de estar na linha da frente da sua concretização”, afirma Costa, acrescentando: “Quando o presidente do eurogrupo é um socialista, quando o presidente da Comissão de Assuntos Económicos e Financeiros no Parlamento Europeu é um socialista, quando o ministro das Finanças da Grande Coligação na Alemanha é um social-democrata, nós temos de liderar esta mudança.”
Falando na qualidade de secretário-geral do PS, Costa lembra Portugal e a Grécia saíram do procedimento por défice excessivo e que é altura de se avançar. “É altura de completarmos a União Económica e Monetária”, exorta, alertando para os riscos que a actual situação em Itália representa para o futuro do projecto europeu: “É nos dias de sol que se arranja o telhado e devemos arranjá-lo antes que Salvini e Di Maio nos tragam novos dias de chuva.”