Absolvição da autarca de Roma evita crise no Movimento 5 Estrelas
Virginia Raggi fora acusada de falsas declarações durante o julgamento da nomeação polémica de um dirigente de topo na câmara municipal.
Um juiz italiano absolveu este sábado a autarca de Roma, Virginia Raggi, que tinha sido acusada de prestar declarações falsas no âmbito de um julgamento relacionado com a nomeação polémica de um dirigente de topo na câmara municipal. A decisão judicial afasta o espectro de uma crise política no seu Movimento 5 Estrelas, um dos dois partidos que forma a coligação de Governo em Itália.
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Um juiz italiano absolveu este sábado a autarca de Roma, Virginia Raggi, que tinha sido acusada de prestar declarações falsas no âmbito de um julgamento relacionado com a nomeação polémica de um dirigente de topo na câmara municipal. A decisão judicial afasta o espectro de uma crise política no seu Movimento 5 Estrelas, um dos dois partidos que forma a coligação de Governo em Itália.
Virginia Raggi foi eleita presidente da câmara de Roma em 2016, com promessas de limpar a imagem da capital italiana e acabar com os esquemas de corrupção na gestão da cidade. A sua eleição foi vista como a primeira grande conquista política do Movimento 5 Estrelas.
Mas a autarca, de 40 anos, foi acusada de ter mentido aos tribunais sobre o seu envolvimento no processo que levou à nomeação de Renato Marra para o cargo de director do departamento de Turismo da cidade de Roma. A irmã de Marra é uma das colaboradoras mais próximas de Virginia Raggi, para quem a acusação pediu a aplicação de uma pena de dez meses de prisão.
Depois de conhecida a decisão judicial, Raggi escreveu no Twitter que continuará a trabalhar, “de cabeça bem erguida”, para benefício da cidade e dos habitantes de Roma. “Com esta sentença, chegam ao fim dois anos em que tive de suportar que o meu nome fosse atirado para a lama”, reagiu.
O juiz determinou a absolvição de Raggi por concluir que ou a autarca desconhecia os factos em torno da nomeação de Renato Marra, ou não tinha consciência de que a sua participação no processo configurava crime.
De acordo com o código de ética vertido para os estatutos do Movimento 5 Estrelas, os detentores de cargos públicos que tenham sido eleitos nas listas do partido serão demitidos se forem condenados de qualquer crime. Virginia Raggi já tinha dito que se demitiria se o tribunal proferisse uma sentença contra ela — uma decisão que lançaria o caos na política municipal e representaria uma humilhação para o partido.
Evitada a crise, o líder do 5 Estrelas, e vice primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, publicou uma mensagem no Facebook a atacar os jornalistas, acusando-os de conduzir uma campanha contra Raggi. “A verdadeira miséria deste país é a guerra contra o Governo, conduzida pelos media intelectualmente e moralmente corruptos. Mas não vão conseguir deitar-nos abaixo”, garantiu.
Os críticos de Virginia Raggi dizem que a autarca não mostrou ainda nenhum progresso na resolução dos problemas da cidade que prometera atacar, nomeadamente o mau estado das ruas ou a ineficiência da rede de transportes públicos e do sistema de recolha de lixo.
No mês passado, milhares de pessoas concentraram-se à frente da câmara municipal para denunciar a má gestão da cidade, mas Raggi desvalorizou a manifestação e avaliou positivamente o seu desempenho como líder da autarquia.
Este domingo, os mais de dois milhões de eleitores de Roma serão chamados a votar em referido para decidir se os serviços de transportes públicos de Roma, geridos por uma empresa pública que está na falência, deverão ou não ser privatizados.