Costa responde à Comissão Europeia no Twitter: compara previsões de Bruxelas com resultados

Na quinta-feira, a Comissão Europeia duvidou das contas do Governo não acreditando num corte de 800 milhões. Horas depois, o primeiro-ministro responde que vale a pena comparar previsões com resultados.

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Andre Rodrigues

A resposta de António Costa a Bruxelas seguiu esta sexta-feira via Twitter. O primeiro-ministro colocou naquela rede social um quadro com as previsões da Comissão Europeia e os resultados obtidos por Portugal para responder às dúvidas que a CE mostrou na quinta-feira sobre os dados do Orçamento do Estado para 2019. Disse a Comissão Europeia que não acredita no corte de 800 milhões de euros na despesa pública ali inscritos.

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A resposta de António Costa a Bruxelas seguiu esta sexta-feira via Twitter. O primeiro-ministro colocou naquela rede social um quadro com as previsões da Comissão Europeia e os resultados obtidos por Portugal para responder às dúvidas que a CE mostrou na quinta-feira sobre os dados do Orçamento do Estado para 2019. Disse a Comissão Europeia que não acredita no corte de 800 milhões de euros na despesa pública ali inscritos.

Perante as dúvidas, António Costa deixou dois tweets, em português e inglês, relembrando as contas da própria Comissão Europeia, comparando as suas previsões com os resultados económicos alcançados em 2016 e 2017, on que diz respeito a vários indicadores desde, o Produto Interno Bruto (PIB), défice orçamental e desemprego, para mostrar que Bruxelas tem errado nas suas estimativas.

A mensagem do primeiro-ministro na sua conta oficial não contém qualquer qualificação sobre as contas de Bruxelas, mas basta ler os dados. De acordo com os dados do quadro, em 2016, em termos o PIB, as previsões da Comissão divulgadas no início de 2015 apontavam para um crescimento de 1,7% e os números reais foram mais positivos, tendo-se registado um crescimento de 1,9%, e o mesmo se verificou em 2017 (1,8% de previsão e 2,8% de crescimento realmente alcançado).

Quanto aos dados do desemprego, as previsões de Bruxelas também ficaram aquém. A taxa de desemprego foi em 2016 de 11,1% enquanto as previsões eram de 11,7%. Em 2017 a previsão de desemprego foi de 10,8% e o número real foi de 8,9%.

O mesmo sucedeu quanto aos valores do défice orçamental: em 2016 a previsão da Comissão Europeia apontavam para 2,9% e na realidade o número ficou em 2%.

Para 2017, a Comissão Europeia previa um défice de 3,5% do PIB e no quadro apresentado pelo primeiro-ministro é colocado um valor real do défice de 0,9% do PIB. No entanto, o valor apresentado por António Costa não leva em conta a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) pois caso o fizesse, então, o valor do défice seria de 3% do PIB.

Quanto aos anos de 2018 e 2019, o quadro apresentado pelo primeiro-ministro compara as previsões da Comissão Europeia com as do Ministério das Finanças, não sendo ainda possível fazer prova de quais irão ficar mais próximas da realidade.

A informação do chefe do executivo português surge um dia depois de a Comissão Europeia estimar um abrandamento do ritmo de crescimento da economia portuguesa, para 2,2% este ano e 1,8% no próximo, abaixo das previsões do Governo, cujas estimativas são respectivamente de 2,3% e 2,2%.

A Comissão Europeia estima também que o défice português recuará uma décima entre este ano e o próximo, antecipando um valor de 0,6% do PIB para 2019, acima das previsões do Governo, que apontam para um défice de 0,2% em 2019 e de 0,7% em 2018.