Jornalistas da Casa Branca condenam retirada de credenciais a Jim Acosta, da CNN
Correspondente da CNN foi expulso por Donald Trump durante uma conferência de imprensa que lhe fez perguntas sobre a caravana de migrantes e a investigação sobre a interferência russa.
A Associação de Correspondentes da Casa Branca condenou a expulsão do correspondente da CNN Jim Acosta e a retirada das credenciais de segurança para entrar na residência oficial do Presidente norte-americano, após uma troca de palavras acesa com Donald Trump.
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A Associação de Correspondentes da Casa Branca condenou a expulsão do correspondente da CNN Jim Acosta e a retirada das credenciais de segurança para entrar na residência oficial do Presidente norte-americano, após uma troca de palavras acesa com Donald Trump.
A atribuição de credenciais não pode ser usada “como uma ferramenta para punir um repórter com o qual tem uma relação difícil”, diz a associação profissional, que apela a que seja revertida a decisão de afastar Acosta.
O confronto de Donald Trump com os jornalistas nunca foi tão declarado como na conferência de imprensa convocada para que o Presidente comentasse os resultados das eleições intercalares. Expulsou o correspondente da CNN na Casa Branca Jim Acosta da sala, e classificou de “racista” a pergunta de uma jornalista negra, que quis saber porque usou com frequência a palavra “nacionalismo” em vários comícios.
Foi com uma pergunta sobre a caravana de migrantes proveniente da América Central com destino aos Estados Unidos, que está neste momento no México, e que Trump classificou como “uma invasão”, que Acosta, um alvo frequente das fúrias do Presidente contra a CNN, desencadeou o incidente. “Considero-a uma invasão, temos uma diferença de opinião. Estão a querer entrar no país sem autorização”, afirmou Trump. “Acho que me devias deixar chefiar o país. Tu chefias a CNN, e se o fizesses bem, as audiências não estariam tão mal”, disse Trump.
Finalmente, quando Acosta tentava fazer outra pergunta – sobre a investigação à suspeita de interferência russa nas eleições de 2016, o Presidente disse “já chega". E deu o passo raro de mandar tirar-lhe o microfone e expulsá-lo da sala.
Acosta tentou desviar-se da assistente que se dirigiu a ele para lhe tirar o microfone das mãos. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, distribuiu online uma versão manipulada do vídeo desta interacção publicada pelo site de extrema-direita Infowars em que o movimento de Acosta parece mais violento.
Quanto à pergunta que Trump considerou “racista”, foi feita por Yamiche Alcindor, da PBS News Hour, o noticiário da noite da cadeia pública de televisão norte-americana. Ela quis saber se o uso da palavra “nacionalismo” nos comícios de campanha antes das eleições de terça-feira era uma espécie de código para “nacionalismo branco”, como muitos críticos sugeriram. “Não percebo porque diz isso. É uma pergunta muito racista. O que diz é um grande insulto para mim. Disse uma coisa terrível”, afirmou o Presidente.
Alcindor respondeu a Trump no Twitter: "Estou apenas a fazer as perguntas que as pessoas querem saber.”