Rui Rio mantém inalterada posição sobre José Silvano

Presidente do PSD diz que as suas “palavras não são como os iogurtes, que têm validade de 30 dias”. No programa Almoços Grátis, da TSF, também Carlos César e Luís Montenegro comentaram o assunto.

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LUSA/TIAGO PETINGA

O presidente do PSD, Rui Rio, reiterou nesta quarta-feira que a sua posição sobre o secretário-geral do partido permanece inalterada, dois dias depois de assegurar que mantém a confiança política em José Silvano.

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O presidente do PSD, Rui Rio, reiterou nesta quarta-feira que a sua posição sobre o secretário-geral do partido permanece inalterada, dois dias depois de assegurar que mantém a confiança política em José Silvano.

"As minhas palavras não são como os iogurtes, que têm validade de 30 dias. As minhas palavras têm uma validade prolongada, só se alteram quando se alteram as circunstâncias. Portanto, tudo o que eu disse ontem ou anteontem está válido", vincou o líder social-democrata à chegada ao congresso do Partido Popular Europeu, em Helsínquia.

Perante a insistência dos jornalistas, Rui Rio reiterou que tudo o que disse sobre o caso de José Silvano permanece "válido".

"É rebobinarem e têm o que eu disse. Há políticos em que os prazos de validade são inferiores aos do iogurte. As minhas palavras têm sempre uma validade muito prolongada", repetiu, insistindo nada ter "a acrescentar nem a retirar".

Na segunda-feira, o presidente do PSD disse manter a confiança política no secretário-geral do partido, José Silvano, depois da notícia de que este assinou presenças em sessões plenárias do Parlamento em que esteve ausente.

"Claro que mantenho a confiança política. O caso não é agradável, como é evidente, não é um caso positivo, mas acha que ter uma proposta para o país, discutir o país, debater o país pode ser anulado pelas pequenas questiúnculas que estão constantemente a surgir neste partido e nos outros partidos. Não pode ser, temos de estar um bocadinho acima disso", acentuou.

Almoços Grátis

Sobre o mesmo assunto, no programa Almoços Grátis, na TSF, Carlos César defendeu que casos como o de José Silvano "penalizam a imagem da Assembleia da República e dos seus deputados", mas considerou que "o comportamento de um deputado não é medido pelo tempo que está sentado no plenário".

No mesmo programa, também o social-democrata Luís Montenegro disse que "quer a notícia, quer os seus desenvolvimentos não são uma questão" brilhante para  "o afirmar da posição política do PSD" porque cria uma cortina de fumo e um ruído que não deixam que "o essencial da mensagem política do PSD se possa afirmar."

Dois dias ausente

No sábado, o jornal Expresso noticiou que José Silvano, de acordo com o registo oficial das sessões plenárias da Assembleia da República, não tinha qualquer falta nas 13 reuniões plenárias realizadas no mês de Outubro, apesar de em pelo menos um dos dias ter estado ausente, conforme o próprio secretário-geral do PSD admitiu em declarações àquele semanário.

O gabinete do presidente da Assembleia da República revelou na terça-feira que Ferro Rodrigues pediu explicações aos serviços do parlamento, que concluíram que outra pessoa terá utilizado a palavra-passe do deputado para aceder ao sistema, registando a presença de José Silvano em plenário no dia 18 de Outubro, quando este se encontrava em Vila Real em trabalho político como secretário-geral.

Ao final da tarde de terça-feira, o deputado e secretário-geral do PSD emitiu um comunicado, no qual nega ter recebido indevidamente ajudas de custo do parlamento nas duas datas em que esteve ausente do plenário por ter realizado actividade parlamentar da parte da manhã, mas no qual não alude ao facto de existir uma falsa presença registada nos serviços do parlamento, nem explica como pode a sua 'password', pessoal e intransmissível, ter sido utilizada por terceiros.

No comunicado, José Silvano afirma também que já enviou um requerimento ao presidente da Assembleia da República para que lhe sejam registadas faltas nas sessões plenárias de 18 e 24 de Outubro.