Oitavos-de-final já são matemática para o Benfica
Um golo de Jonas ainda colocou os “encarnados” a vencerem, mas o Ajax conseguiu um empate que complica as contas dos benfiquistas nas Champions.
A matemática ainda mantém o Benfica na luta por um lugar nos oitavos-de-final, mas apesar de terem salvado o primeiro match-point, os “encarnados” estão mais longe de alcançarem o objectivo de conseguirem um dos dois primeiros lugares do Grupo E da Liga dos Campeões. Após três derrotas consecutivas, registo inédito sob o comando de Rui Vitória, o treinador das “águias” pediu “racionalidade” contra o Ajax e, com uma exibição pouco exuberante, mas prudente, o Benfica ainda manteve a ilusão de conseguir o triunfo durante uma hora. Um golo de Dusan Tadic, porém, garantiu um empate ao Ajax (1-1) que deixa os holandeses em excelente posição para, 13 épocas depois, ultrapassarem a fase de grupos da Champions.
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A matemática ainda mantém o Benfica na luta por um lugar nos oitavos-de-final, mas apesar de terem salvado o primeiro match-point, os “encarnados” estão mais longe de alcançarem o objectivo de conseguirem um dos dois primeiros lugares do Grupo E da Liga dos Campeões. Após três derrotas consecutivas, registo inédito sob o comando de Rui Vitória, o treinador das “águias” pediu “racionalidade” contra o Ajax e, com uma exibição pouco exuberante, mas prudente, o Benfica ainda manteve a ilusão de conseguir o triunfo durante uma hora. Um golo de Dusan Tadic, porém, garantiu um empate ao Ajax (1-1) que deixa os holandeses em excelente posição para, 13 épocas depois, ultrapassarem a fase de grupos da Champions.
Há duas semanas, em Amesterdão, Rui Vitória lamentou que um “pormenor” no minuto 92 tenha desequilibrado o primeiro duelo entre Ajax e Benfica a favor dos holandeses. Desta vez, em Lisboa, o treinador do Benfica socorreu-se da “sorte do adversário no último lance do jogo”. Praticamente sem margem de erro na Liga dos Campeões e sob enorme pressão, Vitória abordou o decisivo embate contra o vice-campeão holandês tal como tinha feito contra o Sertanense ou o Moreirense. Sem qualquer tipo de flexibilidade táctica, o ribatejano não abdicou do seu 4x3x3, reservando apenas uma pequena novidade no “onze”: Pizzi foi para o banco; Gedson e Gabriel formaram a dupla de meio-campo à frente de Fejsa. No ataque, surgiram Salvio, Cervi e Jonas.
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Do outro lado, Erik ten Hag mostrou que sabe moldar a sua equipa à medida do rival que tem pela frente. Se a nível interno o técnico do Ajax não abdica de jogar com um ponta-de-lança (o promissor dinamarquês Kasper Dolberg ou o consagrado Klaas-Jan Huntelaar), no Estádio da Luz o treinador de 48 anos repetiu a fórmula de Munique. À semelhança do que tinha acontecido contra o Bayern na Baviera, num jogo em que o Ajax mereceu mais do que um empate a um golo, Erik ten Hag apostou num 4x2x3x1, com Tadic a funcionar como um falso “9” e um trio com muita qualidade e mobilidade nas costas do sérvio: Ziyech, Neres e Van de Beek.
Embora muito pressionado, o Benfica até entrou bem no jogo. Com 31 segundos, Grimaldo testou pela primeira vez André Onana e, pouco depois, o guarda-redes dos Camarões, com uma defesa com o pé à andebol, evitou que Cervi fizesse o primeiro golo. As “águias” rematavam mais, mas o Ajax mantinha-se fiel à forma como gosta de jogar: assumindo o jogo e tendo mais posse de bola.
Quase sempre sob forte pressão dos jogadores da frente do Ajax, o Benfica parecia mais preocupado em manter os holandeses longe da baliza de Vlachodimos, mas apesar da postura prudente, as “águias” chegaram à vantagem: em cima da meia-hora, Onana foi inábil a sair da baliza e Jonas não perdoou. O Ajax voltava a sofrer 550 minutos depois; no terceiro jogo a titular, Jonas fazia o terceiro golo.
Cinco minutos depois, o “10” do Benfica esteve muito perto do bis, mas até ao intervalo o Ajax começou a traduzir a superioridade na posse de bola (56%) em ocasiões de golo: aos 38’, Ziyech de livre obrigou Vlachodimos a uma defesa difícil; na última jogada da primeira parte, o guarda-redes benfiquista, Rúben Dias e uma grande dose de sorte impediram que o Ajax empatasse.
A perder, Erik ten Hag não mexeu ao intervalo, mas aos poucos o Benfica começou a desmoronar-se. Com menos de três minutos, Salvio pediu a substituição (entrou Rafa) e, aos 55’, foi a vez de Jonas sair com problemas físicos (Seferovic avançou para o ataque). O pior, para Rui Vitória, chegou logo a seguir. Depois de marcar no primeiro jogo, Ziyech assistiu de forma sublime Tadic e o sérvio, após ganhar em velocidade a André Almeida e Rúben Dias, ultrapassou com alguma felicidade Vlachodimos e restabeleceu o empate que garantia ao Benfica de Rui Vitória mais um registo inédito: cinco jogos consecutivos a sofrer golos em casa, o que nunca tinha acontecido na história dos “encarnados” na Liga dos Campeões.
Com meia-hora para inverter um resultado inconveniente, o treinador do Benfica arriscou pouco na última cartada que tinha disponível (Gedson por Pizzi), mas na última jogada da partida Vitória voltou a ser traído por um “pormenor”: após um canto, Gabriel teve nos pés o triunfo, mas Onana redimiu-se do erro na primeira parte e simplificou as contas do Ajax. Com o empate, o Benfica agarra-se à matemática, mas terá que alcançar nas duas jornadas que faltam o que apenas conseguiu por uma vez nos últimos 11 jogos que fez na prova: ganhar.