Advogados de Lula recorrem da condenação devido à ida de Moro para ministro

Actuação do juiz que liderava a operação Lava-Jato e aceitou pasta da Justiça no Governo de Bolsonaro é considerada "parcial" pela defesa do ex-Presidente.

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A defesa de Lula põe em causa a actuação de Sergio Moro Fernando Bizerra Jr. / EPA

A defesa do ex-Presidente Lula da Silva apresentou um recurso junto do Supremo Tribunal Federal para pedir a libertação do antigo governante e a nulidade da sua condenação. Os advogados entendem que a entrada do juiz Sergio Moro no próximo Governo brasileiro põe em causa a sua conduta à frente das investigações da Operação Lava-Jato.

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A defesa do ex-Presidente Lula da Silva apresentou um recurso junto do Supremo Tribunal Federal para pedir a libertação do antigo governante e a nulidade da sua condenação. Os advogados entendem que a entrada do juiz Sergio Moro no próximo Governo brasileiro põe em causa a sua conduta à frente das investigações da Operação Lava-Jato.

Na semana passada, Moro aceitou o convite feito pelo Presidente eleito, Jair Bolsonaro, para ser ministro da Justiça e Segurança Pública e já se afastou da mega-operação de combate à corrupção que liderava desde 2013, que desvendou uma emaranhada rede de financiamento de campanhas políticas usando subornos pagos por grandes empreiteiras para a obtenção de contratos com o Estado.

A defesa de Lula, que está a cumprir uma pena de 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, diz que há uma “suspeição” sobre a actuação de Moro, que é acusado de ser “parcial” e de ter o objectivo de “interditar” a candidatura do ex-Presidente nestas eleições. “E agora irá participar, em relevante ministério, no Governo do candidato eleito após contactos com os seus aliados no decurso do processo eleitoral”, argumentam os advogados no pedido de recurso.

O recurso exige ainda a anulação dos efeitos dos restantes processos em que Lula é réu e que ainda não foram julgados.

A 14 de Novembro, Lula vai prestar declarações no âmbito do processo que pretende apurar de quem é a propriedade e quem pagou as obras na quinta de Atibaia, no estado de São Paulo, conhecido como "o sítio de Lula".