Desigualdade salarial entre homens e mulheres não era tão baixa desde o início da década
A diferença corresponde a 58 dias de trabalho pago. E é maior entre profissões mais qualificadas e com maior nível de escolaridade.
As mulheres ainda ganham 15,8% menos do que os homens. Uma diferença que corresponde a 58 dias de trabalho pago. É como se, a partir de 4 de Novembro, as mulheres deixassem de ser remuneradas pelo seu trabalho, enquanto os homens continuavam a receber o seu salário até ao final do ano. Esta diferença é referente à remuneração média mensal base e corresponde a menos 157,1 euros por mês para as mulheres.
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As mulheres ainda ganham 15,8% menos do que os homens. Uma diferença que corresponde a 58 dias de trabalho pago. É como se, a partir de 4 de Novembro, as mulheres deixassem de ser remuneradas pelo seu trabalho, enquanto os homens continuavam a receber o seu salário até ao final do ano. Esta diferença é referente à remuneração média mensal base e corresponde a menos 157,1 euros por mês para as mulheres.
Os dados, relativos a 2016, foram divulgados esta sexta-feira pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), a propósito do Dia Nacional da Igualdade Salarial, que se celebra a 4 de Novembro.
Apesar das diferenças entre homens e mulheres, “a evolução do indicador de disparidade salarial de género ao longo dos últimos anos sugere uma melhoria relativa das condições de equidade salarial”, diz a CITE. Entre 2012 e 2016 a desigualdade entre géneros diminuiu 2,7 pontos percentuais. Entre 2015 e 2016 a redução foi de 0,9 pontos percentuais.
“É de notar que, ao contrário do que aconteceu em 2013 e em 2014 (anos em que a disparidade salarial baixou fundamentalmente devido à desvalorização dos salários dos homens), em 2016, ocorreu num contexto de valorização dos salários [de ambos os géneros], devendo-se ao facto de as remunerações médias mensais das mulheres terem crescido (1,9%), neste ano, de modo mais significativo do que as dos homens (0,7%)”, detalha a CITE em comunicado.
Mesmo assim, no contexto europeu, Portugal continua a “sobressair por apresentar níveis de disparidade salarial comparativamente elevados”.
A disparidade entre homens e mulheres é maior nos níveis de escolaridade e de qualificação profissional mais elevados.
No grupo dos trabalhadores com habilitações inferiores ao ensino básico corresponde a uma diferença de 11,1% na remuneração base. Entre quem tem uma licenciatura, a disparidade na remuneração média mensal é de 29,5%.
Ao nível dos “Quadros superiores”, a remuneração média mensal de base das mulheres ficava 26,2% abaixo da dos homens”. Nos níveis de qualificação profissional mais baixos, a diferença é menor. No grupo dos “Praticantes e aprendizes” as mulheres auferiram menos 4% do que os homens em 2016.
Segundo a CITE, “a incidência de baixos salários é mais acentuada entre as mulheres do que entre os homens: em 2016, 7,3% mulheres tinham rendimentos inferiores ao limiar de baixos salários, o que compara com uma incidência de 4,2% nos homens”.
“As causas para as disparidades salariais entre homens e mulheres são múltiplas, complexas e muitas vezes interligadas, podendo ser de natureza estrutural, social, cultural e económica”, clarifica a CITE.