Organizações taurinas querem demissão da ministra da Cultura
Os ataques a Graça Fonseca por causa das declarações no Parlamento continua.
A Prótoiro-Federação Portuguesa de Tauromaquia e a Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal (ATTP) reclamam a demissão da ministra da Cultura, considerando que Graça Fonseca “insultou” os milhões de portugueses aficionados ao afirmar, alegadamente, que a discriminação da tauromaquia “não é uma questão de gosto, mas de civilização”.
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A Prótoiro-Federação Portuguesa de Tauromaquia e a Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal (ATTP) reclamam a demissão da ministra da Cultura, considerando que Graça Fonseca “insultou” os milhões de portugueses aficionados ao afirmar, alegadamente, que a discriminação da tauromaquia “não é uma questão de gosto, mas de civilização”.
A Prótoiro lançou esta semana uma petição pública exigindo a demissão da ministra, que já recolheu mais de 5000 assinaturas. A ATTP, presidida pelo socialista Luís Capucha, lamenta as “declarações deploráveis” da governante.
Na petição divulgada online, a Prótoiro (constituída pelas associações de toureiros, forcados, empresas, criadores de toiros de lide e tertúlias tauromáquicas) considera que a ministra Graça Fonseca “tem de ser imediatamente demitida por ter insultado os portugueses, por ter atacado a cultura e a Constituição da República Portuguesa, que jurou defender na sua tomada de posse”.
Os autores da petição sustentam que, com as suas declarações sobre a tauromaquia, a ministra “insultou os portugueses, e em particular os cerca de 3,3 milhões que se afirmam aficionados e que todos os anos assistem livremente a espectáculos tauromáquicos em praças, televisão e que enchem ruas de cidades e aldeias de norte a sul do País”.
“Nós pertencemos à civilização de Picasso, Hemingway, Vargas Llosa, Amália, Lobo Antunes, Júlio Pomar, Pedro Cabrita Reis, Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Sampaio, Manuel Alegre, entre muitos outros cidadãos e artistas apreciadores das touradas. Esta sua declaração demonstra o quanto não está preparada para assumir as funções para as quais foi nomeada, nem para defender a Constituição da República Portuguesa, que obriga ao tratamento dos cidadãos em igualdade de direitos”, acrescenta a petição pública. O texto sublinha ainda que “quando o Estado impõe medidas à população, por uma questão de gosto, deixa de viver-se em democracia" e passa a viver-se "numa tirania" e que "quem tem preconceitos discriminatórios, sejam eles os agora tornados públicos pela ministra ou de outra qualquer natureza, viola a Constituição e não pode exercer cargos públicos. A sua demissão não é uma questão de gosto, mas de civilização", conclui a petição, promovida pela Prótoiro e pelos presidentes das cinco associações que a compõem, Paulo Pessoa de Carvalho, Nuno Pardal, José Fernando Potier, João Santos Andrade e Luís Capucha.
Já a ATTP expressa o seu “total repúdio e indignação” face “às declarações da ministra da Cultura, que nos trata, cidadãos de pleno direito deste país, como incivilizados, porque nos revemos na cultura tauromáquica. Por menos demitiu-se o ministro da Cultura João Soares”, afirma Luís Capucha, presidente da Associação das Tertúlias Tauromáquicas de Portugal. “A ministra não é nem mais culta nem mais civilizada do que nós, pelo que lhe exigimos respeito e consideração. Se não o pode fazer por fanatismo ideológico, então que saia do lugar que ocupa, que não merece e do qual não está à altura”, conclui a direcção da ATTP.