Proença de Carvalho sai da administração da Cimpor
O advogado português era presidente do conselho de administração da holding, mas tinha um cargo não executivo. O vice-presidente, com funções executivas permanece na empresa.
O até agora presidente do conselho de administração da Cimpor Daniel Proença de Carvalho e três membros não executivos portugueses do conselho de administração vão renunciar aos seus mandatos na cimenteira, depois de a Intercement ter anunciado o acordo de venda dos activos da Cimpor em Portugal e em Cabo Verde ao grupo turco Oyak.
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O até agora presidente do conselho de administração da Cimpor Daniel Proença de Carvalho e três membros não executivos portugueses do conselho de administração vão renunciar aos seus mandatos na cimenteira, depois de a Intercement ter anunciado o acordo de venda dos activos da Cimpor em Portugal e em Cabo Verde ao grupo turco Oyak.
A notícia da saída da administração por parte dos executivos portugueses foi avançada pelo Jornal de Negócios. O PÚBLICO tentou contactar a administração da empresa, mas foi informado de que não iriam ser feitos comentários a esta notícia.
O acordo de venda entre a Cimpor e a Oyak foi anunciado na passada sexta feira, mas não está totalmente fechado. No anúncio do acordo de venda, formalizado numa nota enviada às redacções lia-se que “as actuais estruturas directivas das áreas produtivas e dos serviços centrais da Cimpor em Portugal e Cabo Verde manter-se-ão em funções”. E, ao que o PÚBLICO apurou, tal mantém-se verdadeiro, uma vez que a renúncia aos cargos abrange apenas os administradores que estavam em funções não execitivas. O vice-presidente da holding, Luís Fernandes, e que é quem tem funções executivas, permanece no lugar.
O valor deste transacção ainda não foi revelado, mas a Reuters citou alguns analistas que apontam para um montante a rondar os 700 milhões de euros.
A Cimpor, que já foi uma das maiores multinacionais portuguesas, tinha sido vendida em 2012 à Intercement Áustria, uma subsidiária do grupo brasileiro Camargo Corrêa. Cinco anos depois, em 2017, saiu da bolsa portuguesa. Na altura, a empresa anunciara não ter condições para, no curto prazo, avançar com um aumento de capital com recurso a subscrição pública de até 2000 milhões de euros, debatendo-se com a “deterioração expressiva dos capitais próprios e do crescimento da dívida financeira”.
A Oyak Cement é controlada pelo fundo Oyak, “o primeiro e maior fundo de pensões na Turquia”. Fundado em 1961, aposta em “investimentos estratégicos em sectores lucrativos” em indústrias diversas, “como a do cimento e a do betão, a exploração mineira e a metalúrgica, o automóvel, a energia e o sector químico”, refere a mesma nota enviada às redacções.