Já abriu no Porto o primeiro hotel para nómadas digitais

A cadeia Selina, que nasceu na América Central há quatro anos, começou a sua expansão na Europa a partir da cidade do Porto. E planeia abrir mais 20 unidades em Portugal até 2022.

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Quem passar por estes dias pela Rua das Oliveiras, no Porto, já deve ter reparado numa porta aberta para um espaço que, no mínimo, desperta curiosidade. É uma das ruas mais emblemáticas da cidade, passagem para locais obrigatórios como o café Aduela ou o Auditório Carlos Alberto. E nessa rua, entre um hostel e uma barbearia, num edifício recuperado a respeitar a traça antiga, lá aparece uma porta escancarada, a revelar um corredor decorado a tapetes e a cartazes de eventos. O nome à porta, num cartaz minimalista, poderia indicar ao que vamos: é mais um hotel. Mas só quem já conhece a marca Selina, das muitas unidades que em apenas quatro anos apareceram como cogumelos um pouco por toda a América Central, é que sabe perfeitamente ao que vai.

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Quem passar por estes dias pela Rua das Oliveiras, no Porto, já deve ter reparado numa porta aberta para um espaço que, no mínimo, desperta curiosidade. É uma das ruas mais emblemáticas da cidade, passagem para locais obrigatórios como o café Aduela ou o Auditório Carlos Alberto. E nessa rua, entre um hostel e uma barbearia, num edifício recuperado a respeitar a traça antiga, lá aparece uma porta escancarada, a revelar um corredor decorado a tapetes e a cartazes de eventos. O nome à porta, num cartaz minimalista, poderia indicar ao que vamos: é mais um hotel. Mas só quem já conhece a marca Selina, das muitas unidades que em apenas quatro anos apareceram como cogumelos um pouco por toda a América Central, é que sabe perfeitamente ao que vai.

Não é um hotel, não é um hostel. É uma mistura das duas coisas, mas é também um espaço de convívio aberto à cidade, onde se pode beber um copo e encomendar refeições ligeiras. E também vai ser um espaço de trabalho onde há lugares de co-working para alugar, e já é um sítio onde vai ser possível frequentar actividades de lazer e bem-estar ou participar em actividades culturais e recreativas. Tudo o que, acreditam os criadores da marca, pode precisar o cliente alvo para o qual desenharam toda a oferta: os chamados nómadas digitais, aqueles que preferem viajar pelo mundo enquanto trabalham agarrados a um portátil.

A cadeia Selina, fundada por dois israelitas no Panamá há quatro anos, escolheu Portugal e a cidade do Porto para a abrir o primeiro hotel na Europa. E se há países na Europa onde já há projectos em curso e propriedades debaixo de olho (na Grécia, na Polónia, em Espanha), bastará falar do que está pensado para Portugal para se perceber a ambição do grupo: até 2020 devarão abrir 20 novas unidades Selina, e distribuir 7500 camas em locais como Lisboa, Albufeira, Cascais, Comporta, Ericeira, Lagos, Douro, Açores, Vila Nova de Mil Fontes e Peniche.

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O investimento realizado no Porto para abrir a primeira unidade foi de dez milhões de euros, porque implicou a compra do edifício. Mas agora o objectivo é vendê-lo a um investidor imobiliário, continuando o grupo Selina com a gestão do hotel – que, por ter dormitórios na sua oferta, está registado oficialmente como alojamento local. A equipa do grupo Selina procura os locais emblemáticos, e avança na compra dos que considera mais "urgentes", mas a sua vocação é gerir unidades de alojamentos pagando uma renda pelo aluguer dos edifícios.

Com um modelo de negócio assim desenhado, não é, para já, possível dizer qual é o investimento previsto para esta expansão, explicou Teresa Moreira, presidente da Selina em Portugal. Mas é possível arriscar que deverá rondar os 200 milhões de euros.

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“A Selina faz parcerias com grupos imobiliários para adquirir mais da metade das propriedades”, e os conceitos que abraça são muito amplos, “podem ir de cabanas numa praia até palacetes antigos no centro de uma cidade”, e os montantes de investimento são variados. "O que podemos dizer é que o investimento médio que fazemos por cama é de 5000 euros. E que fazemos questão de que o staff que está nas unidades a receber os hóspedes é maioritariamente local. Nós trabalhamos para os millenials e para os nómadas digitais, e queremos sobretudo proporcionar-lhes o contacto com as culturas locais. É isso que eles procuram, e nós queremos que esse contacto comece dentro das nossas portas”, assegura Teresa Moreira. No caso do hotel do porto, 90% dos 25 funcionários são portugueses.

O Selina Porto conta com 190 camas e mais de 50 quartos, divididos entre dormitórios (com quatro, seis e oito camas) e quartos privados de três categorias distintas: Standard, Deluxe e Unique. O preço começa nos 19 euros que pagam os clientes por uma cama num dormitório e podem chegar até aos 200 euros, pelo quarto Unique em época alta.

Um dos pontos fortes deste Selina é o pátio interior, convertido num jardim onde se vão organizar eventos que juntem no mesmo espaço viajantes e comunidade local. O hotel foi inaugurado esta quarta-feira, mas já está aberto desde meados de Setembro - e  já teve em Outubro três dias com lotação esgotada, assegura Jorge Azevedo, responsavel pelo marketing de operações do grupo em Portugal. Por enquanto, acrescenta Isabel Afonso, directora do hotel do Porto, continuam a pedir projectos e a receber propostas, para que artistas plásticos locais participem na decoração do espaço e nele deixem a sua marca. Por isso, da próxima vez que passar pela porta escancarada e pelo corredor aberto a partir da Rua das Oliveiras, o melhor será mesmo entrar.