Morreu Hardy Fox, líder dos experimentais The Residents
Co-fundador de um dos projectos mais conhecidos do experimentalismo pop tinha 73 anos.
Hardy Fox, o co-fundador e principal compositor dos The Residents, conhecido projecto de música experimental que deu nas vistas desde o final dos anos 1960, morreu esta terça-feira, aos 73 anos, devido a um cancro no cérebro. A notícia foi avançada num comunicado oficial publicado no sítio oficial da Internet do projecto.
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Hardy Fox, o co-fundador e principal compositor dos The Residents, conhecido projecto de música experimental que deu nas vistas desde o final dos anos 1960, morreu esta terça-feira, aos 73 anos, devido a um cancro no cérebro. A notícia foi avançada num comunicado oficial publicado no sítio oficial da Internet do projecto.
"Apesar de não ter tido qualquer aprendizagem formal, a sua musicalidade era única, refinada e profícua. Abençoado com uma ideia vital de estética, um bom ouvido e um gosto único pelo absurdo, o sorriso do Hardy era uma fonte constante de alegria para aqueles em seu redor", pode ler-se numa mensagem deixada pelos The Residents. Recorde-se que Hardy Fox se retirou do grupo em 2015.
Formados em 1969, os Residents são uma das grandes figuras das linguagens de vanguarda, mesmo que tenham mantido o seu anonimato ao longo de quase meio século de carreira, recorrendo a icónicos fatos e máscaras de olho. Após reformar-se do projecto, em 2015, Fox revelou a sua identidade. Juntamente com os seus colegas, ainda não identificados, editou mais de 60 discos contendo desconstruções de canções pop, peças conceptuais ou material mais comercial e vários trabalhos multimédia. Para além dos Residents, Fox gravou também a solo com vários nomes, como Charles Bobuck, Combo de Mechanico, Sonido de la Noche, Chuck ou TAR.
Em 2001, os The Residents, apresentaram-se na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, e Fernando Magalhães descrevia-os assim no PÚBLICO: “Os Residents, banda underground americana que há 30 anos vem escavacando, com tanto de loucura como de método, as fundações da música pop ocidental, são uma lenda”, afirmava, acrescentando que o seu mundo visual "é um cartoon grotesco e surrealista, feito de metamorfoses físicas e crueldades mais sugeridas do que explícitas", uma "tortura cósmica cujos efeitos se fazem sentir nos pequenos gestos do dia-a-dia". E concluía: "Os Residents não fazem mais do que agitar a terra das aparências e trazer à superfície os demónios mais recônditos que habitam dentro de cada um de nós."