Telescópio Kepler passa à reforma depois de ter “caçado” mais de 2600 exoplanetas

A reforma do telescópio "não é o fim das descobertas", uma vez que há dados recolhidos pelo Kepler que ainda estão por analisar.

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O telescópio estava no espaço há nove anos Reuters/NASA

O telescópio Kepler entrou na "reforma", depois de ter "caçado" mais de 2600 planetas fora do Sistema Solar, anunciou esta terça-feira a agência espacial norte-americana NASA, que opera o aparelho.

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O telescópio Kepler entrou na "reforma", depois de ter "caçado" mais de 2600 planetas fora do Sistema Solar, anunciou esta terça-feira a agência espacial norte-americana NASA, que opera o aparelho.

No espaço há nove anos, o telescópio ficou sem combustível, o que ditou o fim da sua vida útil e das observações científicas.

Segundo a NASA, o Kepler está numa órbita "segura, longe da Terra".

Para a astrofísica da NASA Jessie Dotson, citada em comunicado pela agência espacial, a "reforma" do telescópio "não é o fim das descobertas", uma vez que há dados recolhidos pelo Kepler que ainda estão por analisar.

Antes de darem por terminada a actividade do telescópio, os cientistas aproveitaram ao máximo o seu potencial, concluíram várias campanhas de observação e descarregaram dados antes dos avisos iniciais de falta de combustível.

Os últimos dados vão completar os que forem obtidos com o telescópio TESS, o novo "caçador" de exoplanetas da NASA, que foi lançado em Abril com "cunho" português, do investigador Tiago Campante, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, que esteve envolvido no planeamento científico da missão.

Ao contrário do Kepler, que "caçou" planetas extrassolares numa determinada zona do céu, o TESS vai procurar novos exoplanetas em todo o céu.

O Kepler fez o primeiro levantamento de planetas na Via Láctea e detectou planetas do tamanho da Terra nas chamadas zonas habitáveis (a distâncias da sua estrela que lhes permitem ter eventualmente água líquida à sua superfície).

As mais recentes análises de dados do Kepler concluíram que 20 a 50 por cento das estrelas visíveis no céu nocturno podem ter planetas pequenos, possivelmente rochosos, e semelhantes à Terra em termos de tamanho a orbitarem na zona habitável, de acordo com a NASA.