Erdogan volta a exigir explicações a Riad e garante ter mais provas sobre morte de Khashoggi
Moscovo também reagiu ao caso, afirmando que não tem razões para não acreditar nas explicações de Riad sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, exigiu novamente que a Arábia Saudita diga onde está o corpo do jornalista Jamal Khashoggi, morto há mais de três semanas no consulado saudita na cidade turca de Istambul, e garantiu possuir mais informações e documentos relativamente a este caso, informando que vai revelar estas novas provas “na altura certa”.
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O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, exigiu novamente que a Arábia Saudita diga onde está o corpo do jornalista Jamal Khashoggi, morto há mais de três semanas no consulado saudita na cidade turca de Istambul, e garantiu possuir mais informações e documentos relativamente a este caso, informando que vai revelar estas novas provas “na altura certa”.
No Parlamento turco, nesta sexta-feira, Erdogan renovou as exigências que já tinha feito anteriormente, pedindo que Riad identifique o “colaborador local” que, supostamente, levou o corpo do jornalista que desapareceu depois de entrar no consulado saudita em Istambul no dia 2 de Outubro.
Além disso, o Presidente turco disse que o autor do assassínio está, provavelmente, entre os 18 sauditas que foram detidos pelo regime de Riad, e cuja extradição para a Turquia é também exigida.
“Não há outra explicação, o perpetrador está entre as 18 pessoas e se não estiver vocês [Arábia Saudita] têm de explicar quem é o colaborador local”.
Erdogan informou que o procurador-chefe saudita vai a Istambul no domingo para se encontrar com o homólogo turco para coordenar a investigação à morte de Khashoggi.
Moscovo também reagiu nesta sexta-feira a este caso, afirmando que não tem razões para não acreditar nas explicações do reino saudita. “Ninguém deve ter nenhuma razão para não acreditar neles”, disse o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov à Reuters, acrescentando que é necessária uma investigação.
Na quinta-feira, o filho mais velho do jornalista foi recebido pelo rei Salman e pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que lhe ofereceram as condolências pessoalmente.
Mas, no fim do dia, Salah Khashoggi, depois de a procuradoria saudita ter sugerido que o assassínio do seu pai foi premeditado, partiu para os Estados Unidos com a família. Salah Khashoggi, que tem também nacionalidade americana, tinha sido impedido de viajar para território norte-americano nos últimos meses.
Internacionalmente têm-se avolumado as suspeitas de envolvimento directo da família real saudita no homicídio de Khashoggi, antes próximo dos monarcas mas que depois se tornou um dos seus principais críticos tendo partido para os EUA. Riad tem apresentado explicações contraditórias sobre o que se passou: num primeiro momento, disse que o jornalista saiu pelo próprio pé do consulado; depois, admitiu que morreu dentro do edifício consular e que a morte aconteceu na sequência de uma “luta” e de forma acidental.
Erdogan, esta semana, dirigiu-se ao Parlamento turco contrariando estas explicações, e garantindo que se tratou de um “assassínio político” planeado.