EMEL estima completar primeira fase das Gira "no primeiro trimestre de 2019"

Luís Natal Marques diz que manda uma carta todas as semanas para a Órbita a queixar-se da falta de bicicletas

Foto
SEBASTIAO ALMEIDA

O presidente da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) estima que “no primeiro trimestre de 2019” esteja implementada a primeira fase da rede de bicicletas partilhadas Gira e que possa ser lançada a segunda. Luís Natal Marques admite que a implementação do sistema está bastante atrasada e diz que isso é culpa da Órbita, que não tem fornecido os veículos necessários. No entanto, o responsável não esclarece se há algum plano B caso a fabricante de bicicletas não cumpra o contrato.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O presidente da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) estima que “no primeiro trimestre de 2019” esteja implementada a primeira fase da rede de bicicletas partilhadas Gira e que possa ser lançada a segunda. Luís Natal Marques admite que a implementação do sistema está bastante atrasada e diz que isso é culpa da Órbita, que não tem fornecido os veículos necessários. No entanto, o responsável não esclarece se há algum plano B caso a fabricante de bicicletas não cumpra o contrato.

Ouvido numa comissão da Assembleia Municipal de Lisboa, Natal Marques garantiu que “as bicicletas que estão na cidade são do município” e, por isso, “o sistema fechar, não fecha”. Ou seja: se por acaso o contrato com a Órbita terminar, será preciso encontrar novo fornecedor, mas continuará a haver velocípedes nas ruas lisboetas. “Por cada semana que passa, a empresa [Órbita] é notificada da diferença entre o serviço que está a ser feito e o que devia. A EMEL não tem nada a ver com isto, são dificuldades da Órbita”, disse Natal Marques.

Na semana passada, questionada pelo PÚBLICO, fonte oficial da Órbita preferiu não comentar e remeteu esclarecimentos para mais tarde, mas adiantou que “não concorda” com o que tem sido dito sobre as Gira, quer pela EMEL, quer pela câmara de Lisboa.

“O sucesso da rede não o está a matar, mas está certamente a travar quem contava com ela”, disse António Prôa, do PSD, sublinhando o “atraso muitíssimo significativo” na implementação da primeira fase, que já devia ter operacionais 140 estações e 1400 bicicletas. No entanto, só cerca de metade disto está nas ruas. “O nosso sistema é um sistema maduro, amadureceu muito depressa”, disse Natal Marques, referindo que já houve 875 mil viagens nas Gira e que os passes de utilização são o triplo do que a empresa esperava. Para a segunda fase estão previstas 160 novas estações e 1600 bicicletas.

Luís Natal Marques deixou sem resposta Isabel Pires, do BE, e Miguel Santos, do PAN, que queriam saber se a EMEL poderia garantir o fornecimento das bicicletas pela Órbita ou, em caso negativo, se havia algum “plano de emergência” já traçado. “O que eu gostaria muito era de ser não só proprietário do sistema, como proprietário da tecnologia. Seria o ideal”, disse.

O presidente da EMEL lamentou ainda o “vandalismo das pessoas”, que tem estado, segundo disse, na origem da maior parte das avarias de bicicletas. Afirmou ainda que é sua intenção, como Miguel Gaspar já dissera ao PÚBLICO, disponibilizar a rede Gira aos menores de 18 anos – que, mesmo sendo proibido, já usam as bicicletas.