Ecodesign reduz até cinco vezes o impacto ambiental de embalagens de medicamentos

Projecto da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra avalia os impactes ambientais do ciclo de vida de embalagens. Objectivo é sensibilizar indústria farmacêutica para ecodesign.

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Equipe tem vindo tem vindo a avaliar diferentes tipos de embalagens farmacêuticas FERNANDO VELUDO/ NFACTOS

O ecodesign pode permitir a redução, até cinco vezes, dos impactes ambientais das embalagens de medicamentos, de acordo com um estudo pioneiro, anunciou hoje a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

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O ecodesign pode permitir a redução, até cinco vezes, dos impactes ambientais das embalagens de medicamentos, de acordo com um estudo pioneiro, anunciou hoje a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Intitulado Avaliação de ciclo de vida e ecodesign de embalagens de medicamentos, o projecto "pretende avaliar os impactes ambientais de ciclo de vida deste tipo de embalagens, com o objetivo de sensibilizar a indústria farmacêutica" para a importância do ecodesign, que "incorpora os aspectos ambientais no design dos produtos", salienta a FCTUC.

Para isso, uma equipa de investigadores, liderada por Fausto Freire, do Centro para a Ecologia Industrial da FCTUC, tem vindo a "avaliar diferentes tipos de embalagens farmacêuticas – blister, frasco e saqueta, com diferentes combinações de materiais –  para identificar quais os pontos críticos e propor as melhores alternativas" de configuração ou desenho ambientalmente sustentável.

Dos vários exemplares já analisados, observou-se "uma variação significativa de volume das embalagens comercializadas em Portugal para o mesmo medicamento e elementos supérfluos como excesso de material", revela Fausto Freire, citado pela FCTUC.

Além disso, acrescenta o também docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC, "se a indústria farmacêutica apostar na melhoria do desempenho ambiental do ciclo de vida das embalagens de medicamentos, nomeadamente na redução de volume e materiais utilizados nas embalagens, nos processos de produção, transporte e valorização de resíduos, terá também benefícios económicos".

A investigação, que deverá estar concluída em 2019, é financiada pela Valormed (Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens e Medicamentos).

"Apesar de a indústria farmacêutica ter tido sempre grandes preocupações para com as questões ambientais, concretamente em relação ao tipo de materiais utilizados no fabrico dos seus produtos, muito terá ainda a fazer no que respeita a este assunto", sustenta, citado pela FCTUC, Luís Figueiredo, director-geral da entidade gestora de embalagens e medicamentos fora de uso.

A avaliação do ciclo de vida e ecodesign permite "calcular o desempenho ambiental de um produto, desde a extracção de matérias-primas, produção e utilização de bens e serviços, até à gestão dos resíduos daí resultantes, promovendo um equilíbrio entre as necessidades ecológicas e económicas, através da concepção adequada dos produtos, e uma economia circular", conclui a Faculdade de Ciências de Coimbra.