Câmara de Vila Real alerta utentes para os perigos da A24
Autarquia exige que Governo reponha as condições de segurança, nomeadamente a iluminação nos nós.
A Câmara de Vila Real colocou nesta segunda-feira outdoors junto à auto-estrada 24 (A24) para alertar que é uma das vias "mais caras do país" mas que não tem "iluminação nos nós de acesso" nem "apoio nocturno".
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Câmara de Vila Real colocou nesta segunda-feira outdoors junto à auto-estrada 24 (A24) para alertar que é uma das vias "mais caras do país" mas que não tem "iluminação nos nós de acesso" nem "apoio nocturno".
"Este cartaz significa indignação, significa informação e, uma vez mais, uma chamada de atenção para o Governo", afirmou, em conferência de imprensa, o presidente da autarquia, o socialista Rui Santos.
Junto ao nó de acesso à A24, na zona industrial de Vila Real, foi colocado um painel de grandes dimensões onde se pode ler: "Não aceitamos estradas de segunda! Das mais caras do país, nós de acesso não iluminados, sem apoio nocturno, limpa neves insuficientes".
No cartaz preto, com letras amarelas e o sinal de perigo desenhado, pode ainda ler-se "Vila Real também é Portugal". Durante a tarde foi colocado um outro painel, visível para quem circula na A24, na área deste concelho.
"No interior pagamos o quilómetro mais caro de Portugal pelo uso de auto-estradas", afirmou Rui Santos.
Segundo o autarca, no âmbito da renegociação, em 2015, entre o Governo PSD/CDS-PP e a concessionária da A24, "foi desligada a iluminação dos nós de acesso das localidades, foram reduzidos os limpa-neves para metade e os carros de assistência, durante a noite, passaram a funcionar apenas à chamada".
"Não vale a pena dizerem que a segurança é igual independentemente dos nós de acesso estarem ou não estarem iluminados, porque se é igual porque cortam aqui e não cortam nos outros lados?" questionou.
Segundo o autarca, em 2015 foram também desligados os "painéis informativos na A24, que serviram para que os condutores se orientassem em caso de acidente e em função das condições meteorológicas, e foram desactivados alguns postos de SOS".
Passaram três anos e, segundo Rui Santos, "o Governo nada resolveu", apesar da "insistência da câmara municipal".
Desde Novembro de 2015 que o município tem mostrado a sua indignação e, junto do Governo PS, tem reivindicado também a "reposição das condições de segurança".
Rui Santos disse estar "cansado de esperar" e justificou o timing para o lançamento da campanha com a aproximação de mais um Inverno, que na região pode significar neve e nevoeiro denso que podem afectar a circulação na auto-estrada, e com a discussão do Orçamento do Estado (OE) para 2019.
"Continuarei a insistir junto do Governo para que isto seja resolvido e espero que o PCP, o BE e também o PSD e o CDS, em sede de OE, porque é agora que o estão a discutir, possam tratar deste assunto", referiu.
Esta campanha de alerta partiu da Câmara de Vila Real e foi apoiada pela Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro), que agrega 19 municípios.
"Aquilo que a CIM Douro aprovou foi que cada um dos municípios colocaria um ou mais cartazes. Tenho a expectativa que os outros municípios façam exactamente a mesma coisa, porque é uma questão de justiça, de coerência e, sobretudo de segurança, repito, de segurança", salientou.
Questionado sobre a campanha lançada pela Câmara de Vila Real, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) disse que decidiu "realizar inspecções de segurança rodoviária a estradas em que se registaram recentemente acidentes graves, como é caso do Itinerário Complementar 8 (IC8), ou em relação às quais foram publicamente levantadas dúvidas em matéria de segurança rodoviária, como é o caso da A24".
"De todo o modo, deve ser registado que em nenhuma destas vias se verificaram pontos negros de sinistralidade em 2015, em 2016 e em 2017", acrescentou o IMT.
O IMT tem como atribuições a promoção da qualidade e segurança das infra-estruturas rodoviárias e assegura a execução do um plano anual de inspecções.