Marc Márquez é o mais jovem pentacampeão mundial de MotoGP
O português Miguel Oliveira terminou o GP do Japão em terceiro lugar e fica mais longe do título de Moto2.
O piloto espanhol Marc Márquez (Honda) subiu hoje mais um degrau na galeria dos notáveis do motociclismo de velocidade, ao sagrar-se, aos 25 anos e 246 dias, o mais jovem pentacampeão mundial de MotoGP.
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O piloto espanhol Marc Márquez (Honda) subiu hoje mais um degrau na galeria dos notáveis do motociclismo de velocidade, ao sagrar-se, aos 25 anos e 246 dias, o mais jovem pentacampeão mundial de MotoGP.
Marquez iguala, assim, os cinco títulos conquistados por Michael Doohan, entre 1994 e 1998, e está já no pódio dos mais titulados de sempre, apenas atrás dos oito de Giacomo Agostini e dos sete de Valentino Rossi, ainda em actividade.
Com este triunfo, o espanhol deixa para trás na galeria dos campeões alguns dos nomes maiores da modalidade, como os britânicos Geoff Duke, John Surtees e Mike Hailwood e o norte-americano Eddie Lawson, que conquistaram quatro títulos na categoria rainha.
A vitória obtida hoje no Grande Prémio do Japão permitiu ao espanhol juntar o título de 2018 aos que já conquistou em 2013, 2014, 2016 e 2017, pondo fim às ténues esperanças que o italiano Andrea Dovizioso (Ducati) - segundo do campeonato - tinha de arrebatar o seu primeiro cetro.
Com cinco títulos conquistados em apenas seis épocas na classe principal (falhou apenas em 2015, ao terminar no terceiro lugar final), Márquez reúne todas as condições para se tornar no piloto com o maior número de títulos de sempre, pois soma ainda um em 125cc (2010) e outro em Moto2 (2012).
Valentino Rossi, com nove, Angel Nieto, com 13, e Giacomo Agostini, com 15, são os únicos pilotos da história do Mundial que venceram mais campeonatos no conjunto das diferentes categorias.
Marc Márquez estreou-se no Mundial de motociclismo de velocidade aos 15 anos, no Grande Prémio de Portugal de 2008, no circuito do Estoril, aos comandos de uma KTM de 125cc, mas teve de esperar por 2010, aos comandos de uma Derbi, para festejar o primeiro título da carreira, na categoria inferior.
O catalão, natural de Cervera, foi 'promovido' à categoria de Moto2 no ano seguinte e esteve quase a sagrar-se campeão, terminando no segundo lugar, atrás do alemão Stefan Bradl, mas em 2012 dominou o Mundial de forma incontestada, arrebatando o único troféu na classe intermédia.
O 'salto' para MotoGP, em 2013, não poderia ter sido mais bem-sucedido: Márquez venceu logo à segunda corrida do ano, o Grande Prémio das Américas, tendo-se tornado o piloto mais jovem a conseguir um triunfo e uma em 500cc/MotoGP.pole position
Márquez tornou-se também o primeiro estreante a conquistar o título na categoria rainha, em 35 anos, e continuou a reescrever a história no ano seguinte, ao sagrar-se o mais jovem bicampeão mundial, com 21 anos, após vencer as primeiras 10 provas.
Em 2015, o espanhol não foi além do terceiro lugar, atrás do compatriota Jorge Lorenzo e de Rossi, mas ressurgiu em grande na temporada passada, assegurando a conquista do título quando ainda faltavam três corridas.
Na época passada, o espanhol apenas encerrou a questão na última prova, devido a três abandonos, na Argentina, França e Grã-Bretanha, que compensou com triunfos nas corridas dos Estados Unidos, Alemanha, República Checa, São Marino, Aragão (Espanha) e Austrália.
Este ano, e quando ainda faltam três corridas para terminar o campeonato, o espanhol tratou de garantir matematicamente a conquista do título, somando já oito vitórias, quatro segundos lugares e um terceiro em 16 provas disputadas.
Miguel Oliveira mais longe do título de Moto2
O piloto português Miguel Oliveira levou a sua KTM do nono lugar da grelha ao quarto posto final do GP do Japão de Moto2, mas ficou sete pontos mais longe do título -- entretanto subiu ao terceiro lugar, após a desqualificação do primeiro classificado, o francês Fabio Quartararo (Speed Up), por uso ilegal de pressão nos pneus.
O francês Fabio Quartararo (Speed Up) cruzou a linha de meta do circuito Twin Ring, de Motegi, em primeiro lugar, à frente dos italianos Francesco Bagnaia (Kalex) e Lorenzo Baldassarri (Pons HP40), mas viria a ser desclassificado, já depois da cerimónia do pódio, porque os comissários consideraram irregular a pressão do pneu traseiro da moto do piloto gaulês.
Com a desclassificação de Quartararo, Miguel Oliveira, que tinha terminado na quarta posição, ascendeu ao terceiro lugar, mas também permitiu que o líder do campeonato de Moto2, Francesco Bagnaia, vencesse a prova e aumentasse mais ainda a vantagem - de 35 para 37 pontos -- face ao piloto português.
O piloto português, que nunca tinha rodado no circuito Twin Ring, de Motegi, com piso seco na categoria intermédia do Mundial de velocidade, sentiu algumas dificuldades com a elevada temperatura do asfalto, terminando a 11,998s do vencedor, o francês Fabio Quartararo (Speed Up).
No entanto, perdeu mais sete pontos para o líder do campeonato, o italiano Francesco Bagnaia (Kalex), que cortou a meta na segunda posição.
"Voltei a fazer uma excelente corrida. Depois do [aquecimento] acreditei que podia ter um ritmo mais elevado, mas tive de lutar muito com a mota durante todas as voltas para conseguir sair das curvas com aderência. Felizmente não tive muitas batalhas durante a corrida e foi este o resultado possível", explicou o piloto de Almada, resignado com o resultado.warm-up
"Este é o preço a pagar por andar aqui com uma moto nova. Estou feliz por ainda estar na luta pelo campeonato, mas temos de nos concentrar em vencer corridas e tirar o máximo partido daquilo que temos", apontou.
O campeonato segue agora para a Austrália, um circuito onde o português já venceu em 2017 e 2015 (então nas Moto3). "Vamos bastante motivados. Vêm aí circuitos onde historicamente somos fortes, o que nos dá muito ânimo para encarar as últimas três provas do campeonato", concluiu Miguel Oliveira.
O piloto está a 37 pontos do primeiro lugar, quando falta disputar três provas, na Austrália, na Malásia e em Valência, três circuitos onde o português venceu no ano passado. Contudo, somar três vitórias nestas provas não chega para ser campeão se Francesco Bagnaia não for pelo menos terceiro em duas e quarto na restante.