Papa Francisco mostra abertura para visitar Coreia do Norte
Chefe da Igreja Católica recebeu Presidente da Coreia do Sul, que lhe transmitiu vontade de Kim Jong-un em recebê-lo em Pyongyang. Coreia do Norte tem historial negro de perseguições e detenções de cristãos.
O Papa Francisco mostrou-se disponível para visitar a Coreia do Norte, caso venha a receber um convite oficial de um país conhecido por restringir, perseguir e encarcerar cristãos e missionários estrangeiros. A intenção do chefe da Igreja Católica foi revelada pelo gabinete do Presidente da Coreia do Sul Moon Jae-in, que com ele se reuniu na quinta-feira, no Vaticano.
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O Papa Francisco mostrou-se disponível para visitar a Coreia do Norte, caso venha a receber um convite oficial de um país conhecido por restringir, perseguir e encarcerar cristãos e missionários estrangeiros. A intenção do chefe da Igreja Católica foi revelada pelo gabinete do Presidente da Coreia do Sul Moon Jae-in, que com ele se reuniu na quinta-feira, no Vaticano.
De acordo com os seus assessores, foi o próprio Moon que transmitiu ao Papa o “desejo” de Kim Jong-un “receber uma visita papal”, revelado aquando do último encontro entre os dois líderes coreanos – o terceiro este ano, intercalado pela cimeira inédita com Donald Trump, em Singapura.
“A sua mensagem já é suficiente, mas seria bom para ele [Kim] enviar um convite formal. Se o convite chegar, responderei seguramente e possivelmente posso ir”, terá respondido Francisco, citado pela Reuters.
O gabinete do Presidente sul-coreano informou ainda que o Papa expressou o seu apoio aos esforços levados a cabo para alcançar a paz na região e que disse a Moon para “não ter medo”. “Não parem, avancem”, aconselhou.
Pouco depois de um encontro que durou cerca de 35 minutos, o Vaticano divulgou um comunicado, que não incluiu, no entanto, qualquer referência a uma possível visita do Papa a Pyongyang, apenas expressou o seu “encorajamento a todas as iniciativas úteis para se ultrapassarem as tensões que ainda existem na Península da Coreia” e defendeu a importância de se obter para a região “uma nova era de paz e de desenvolvimento”.
Mais tarde, o secretário de Estado do Vaticano remeteu as perguntas dos jornalistas para a necessidade de um convite formal, antes de se tomar qualquer decisão. “O Papa expressou a sua disponibilidade, pelo que temos de esperar pela formalização do convite”, afirmou Pietro Parolin, não excluindo, no entanto, nenhum cenário: “Teríamos de pensar nas condições da viagem. Uma visita destas necessitaria de enormes preparativos”.
Uma deslocação de Francisco à Coreia do Norte constituiria a primeira visita papal ao país, desde a sua fundação, em 1948.
Apesar de a Constituição norte-coreana permitir a liberdade de religião, o regime não demonstra grande tolerância para com as actividades religiosas. Segundo a Reuters, os poucos locais de culto cristãos são controlados pelo Estado, incluindo a igreja de Pyongyang.
A Coreia do Norte tem um historial negro de perseguição a cristãos. A organização Open Doors coloca o país, há 16 anos consecutivos, no topo de uma lista de 50 que mais martirizam os seus crentes e refere que, actualmente, 50 a 75 mil cristãos encontram-se em campos de trabalho norte-coreanos.