Greve de enfermeiros chegou a 100% em alguns locais no Porto, Viseu e Faro

Referindo que a greve está hoje focada nos cuidados de saúde primários, José Carlos Martins vincou que há "centenas de unidades funcionais" sem quaisquer enfermeiros e a "meio gás".

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Lusa

A greve de seis dias não consecutivos dos enfermeiros teve nesta quinta-feira, no quinto dia, adesão de 100% em dezenas de unidades funcionais do Porto, Viseu e Faro, disse o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

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A greve de seis dias não consecutivos dos enfermeiros teve nesta quinta-feira, no quinto dia, adesão de 100% em dezenas de unidades funcionais do Porto, Viseu e Faro, disse o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Em conferência de imprensa em frente à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, no Porto, José Carlos Martins adiantou não poder avançar com percentagens, dado ainda estar a recolher dados.

"Mas, posso já dizer que há seis ou sete unidades funcionais do Porto que estão com adesão de 100%, duas a cinco em Viseu e 10 a 12 em Faro. Temos uma panóplia delas espalhadas pelo país que estão sem enfermeiros", avançou.

Referindo que a greve está hoje focada nos cuidados de saúde primários, José Carlos Martins vincou que há "centenas de unidades funcionais" sem quaisquer enfermeiros e a "meio gás".

"Isto traduz um enorme descontentamento por parte dos enfermeiros onde, às questões de carreira, se acrescentam as difíceis condições de trabalho nos centros de saúde, onde os enfermeiros continuam a ser poucos para as necessidades de resposta crescente, as dificuldades de meios e as desigualdades salariais", referiu.

O presidente do sindicato revelou já terem pedido uma reunião à nova ministra da Saúde, estando a aguardar indicações.

Questionado sobre a nova governante, José Carlos Martins sustentou que "mais do que as personagens", o importante é que se mudem políticas e soluções, tal como os caminhos da negociação.

O discurso político de mais de 30 anos sustenta que os cuidados primários são prioritários, ressalvou, acrescentando que depois, na prática, do ponto de vista de meios, orçamento, admissão de profissionais e equipamentos são o "parente pobre".

Os enfermeiros, que estão a cumprir seis dias de greve, que termina na sexta-feira, exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.

Os enfermeiros reivindicam ainda "a valorização económica do trabalho" e a sua dignificação, nomeadamente com o reconhecimento da categoria de enfermeiro especialista e uma categoria na área da gestão, "o reconhecimento da penosidade da profissão", através da compensação de quem trabalha por turnos, e a reposição dos critérios para a aposentação 35 anos de serviço e 57 de idade.

A greve é convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).