Mota-Engil substitui-se à Fundbox e presta garantia para Fundo do Aleixo
Novo gestor deste fundo imobiliário não foi capaz de apresentar a garantia bancária exigida. Processo está nas mãos da CMVM
A Câmara do Porto revelou esta terça-feira que foi "prestada a garantia bancária" relativa ao Fundo Imobiliário criado para demolir o bairro do Aleixo, o que só foi possível graças à intervenção de outro sócio do fundo, a Mota-Engil, que entregou uma contra-garantia. O conturbado processo passa agora para as mãos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que se pronunciará sobre a cessão da posição antes detida pela sociedade gestora Gesfimo (do grupo BES), para a FundBox. A CMVM tem 45 dias para decidir se aprova este endosso de responsabilidades.
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A Câmara do Porto revelou esta terça-feira que foi "prestada a garantia bancária" relativa ao Fundo Imobiliário criado para demolir o bairro do Aleixo, o que só foi possível graças à intervenção de outro sócio do fundo, a Mota-Engil, que entregou uma contra-garantia. O conturbado processo passa agora para as mãos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que se pronunciará sobre a cessão da posição antes detida pela sociedade gestora Gesfimo (do grupo BES), para a FundBox. A CMVM tem 45 dias para decidir se aprova este endosso de responsabilidades.
O avanço neste dossier complexo, iniciado ainda por Rui Rio foi anunciado por Rui Moreira na reunião de câmara desta terça, mas não descansou a CDU, que sempre foi contra a opção pela criação do fundo imobiliário, nem o PS. Manuel Pizarro, que há dois anos tinha aprovado a troca da Gesfimo pela Fundbox, assumiu que, se fosse hoje, votaria contra, ao perceber que, afinal, o novo gestor não foi capaz de entregar a garantia bancária. Moreira explicara, momentos antes, que a situação só foi resolvida porque a Mota-Engil se substitui à Fundbox.
Agora, só depois de uma decisão positiva da CMVM será possível o avanço das obras das casas que deveriam servir para realojar, na zona das Eirinhas, parte dos 270 moradores que ainda vivem em três torres, no bairro. Com os anos de atraso no processo, e perante a situação de ruína das torres, Rui Moreira admitiu, no mês passado, que o município não vai esperar pelas novas casas, e transferirá as pessoas para fogos da própria autarquia e Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.