Roubo de Tancos "não fica arrumado" com substituição de ministro da Defesa
Associação de Praças quer apuramento de toda a verdade, "doa a quem doer".
A Associação de Praças (AP) advertiu nesta segunda-feira que o "escândalo do roubo de Tancos" não pode ficar "arrumado" com a demissão de Azeredo Lopes da pasta da Defesa e questionou se será apurada a responsabilidade das chefias militares.
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A Associação de Praças (AP) advertiu nesta segunda-feira que o "escândalo do roubo de Tancos" não pode ficar "arrumado" com a demissão de Azeredo Lopes da pasta da Defesa e questionou se será apurada a responsabilidade das chefias militares.
"Este assunto não pode ficar arrumado com a demissão de Azeredo Lopes. A responsabilidade política está encontrada. E a responsabilidade militar? E as chefias militares passarão pelo intervalo da chuva neste caso, sem se molharem?", questionou a associação.
No documento, a AP, que representa as praças das Forças Armadas, defendeu que "é necessário que tudo seja esclarecido, doa a quem doer", considerando que a "panóplia de casos" tem contribuído para denegrir a imagem da instituição militar.
É necessário, advogou, saber "quem é que assaltou o paiol de Tancos, com o até agora único suspeito e quem é que decidiu a hollywoodesca manobra do achamento das armas roubadas".
Afirmando que "tem de haver responsáveis por tamanho descrédito" e que a Associação "não se revê" nos "escândalos" que envolvem as Forças Armadas, a AP manifestou expectativa quanto à política que o novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, vai adoptar.
"É urgente repor direitos e a salvaguarda da condição militar", depois de, "nos últimos anos," terem entrado em vigor medidas legislativas que "conduziram a uma degradação do quadro de apoio social aos militares", defendeu. O tempo de serviço, as condições de passagem à reserva e à reforma, alterações à Assistência na Doença aos Militares e à acção social complementar e a revisão das condições remuneratórias constituem o "caderno de encargos" da Associação de Praças.
No comunicado, a AP adiantou que irá pedir uma audiência ao novo ministro da Defesa durante a semana, visando expor os "problemas que afectam a classe". Ao PÚBLICO, os dirigentes da Associação de Oficias das Forças Armadas e da Associação Nacional de Sargentos, afirmaram neste domingo que iriam também solicitar uma audiência ao novo titular da Defesa.