"Teremos um dos nossos em Brasília", diz Bolsonaro aos agentes do BOPE
O candidato que lidera as sondagens visitou esta manhã a sede da unidade da Polícia Militar que inspirou o filme Tropa de Elite.
Numa rara aparição pública, o candidato de extrema-direita às eleições brasileiras, Jair Bolsonaro, fez esta segunda-feira uma visita ao quartel do BOPE (Batalhão de Operações Especiais), a divisão de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro responsável pelas operações mais arriscadas na guerra contra o crime organizado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Numa rara aparição pública, o candidato de extrema-direita às eleições brasileiras, Jair Bolsonaro, fez esta segunda-feira uma visita ao quartel do BOPE (Batalhão de Operações Especiais), a divisão de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro responsável pelas operações mais arriscadas na guerra contra o crime organizado.
O candidato agradeceu o papel dos polícias na luta contra o crime e deixou uma promessa: “Teremos um dos nossos lá em Brasília.” Bolsonaro terminou o discurso com o grito “Caveira”, o lema do BOPE, que tem uma caveira como símbolo.
“Temos a segunda maior bancada de Brasília sem tempo de televisão, sem fundo partidário, sem nada. Isso vem de gente como vocês”, afirmou Bolsonaro durante o curto discurso, que a assessoria da campanha descreveu como uma “visita a amigos” e, por isso, impedindo a presença dos meios de comunicação, segundo o jornal Folha de São Paulo.
O BOPE tem sido acusado de usar força excessiva nas suas operações nas favelas cariocas, muitas vezes aterrorizando a população civil e até de cometer execuções sumárias. Esta divisão de operações especiais tornou-se célebre com o filme Tropa de Elite, que mostrava o dia-a-dia das suas operações nas favelas do Rio de Janeiro, baseado num livro escrito por dois ex-agentes.
Bolsonaro defende uma postura mais agressiva na luta contra o crime, incluindo a imunidade dos policias em contexto de operação. Os dados mostram que a criminalidade violenta tem aumentado nos últimos tempos. Só no ano passado foram assassinadas perto de 60 mil pessoas.
Desde Janeiro que o Rio se encontra sob uma intervenção militar comandada pelo Exército para conter a escalada da violência e do crime.
O candidato de extrema-direita lidera confortavelmente as intenções de voto para a segunda volta das eleições presidenciais, marcadas para dia 28.