CDS insiste em Tancos e nas preocupações com as famílias

Assunção Cristas demarca-se do PSD e assume-se como alternativa ao PS

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Assunção Cristas está a traçar uma linha de separação do PSD que pretende tornar cada vez mais nítida: Tancos e o Orçamento são os exemplos mais recentes dessa fronteira. Hoje, no encerramento da Escola de Quadros do CDS, em Peniche, a líder do partido deverá insistir na mensagem de um partido alternativo para quem não quer votar no PS e mostrar que tem uma preocupação com os encargos das famílias.

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Assunção Cristas está a traçar uma linha de separação do PSD que pretende tornar cada vez mais nítida: Tancos e o Orçamento são os exemplos mais recentes dessa fronteira. Hoje, no encerramento da Escola de Quadros do CDS, em Peniche, a líder do partido deverá insistir na mensagem de um partido alternativo para quem não quer votar no PS e mostrar que tem uma preocupação com os encargos das famílias.

O caso de Tancos foi uma oportunidade aproveitada pelo CDS para tentar tomar a dianteira da oposição no centro-direita. Há meses que tinha pedido a demissão do ministro e avançou para uma proposta de uma comissão parlamentar de inquérito ainda antes de o caso se tornar mais agudo. Assunção Cristas quis marcar a diferença face ao PSD de Rui Rio que se foi escusando a pedir a demissão de Azeredo Lopes – só foi mais acutilante na véspera do anúncio da saída do ministro - e não avançou para um inquérito sobre o caso apesar de, internamente, essa solução fosse defendida. O caso de Tancos, que até agora correu bem para o CDS, deverá ser uma das tónicas do discurso de Assunção Cristas hoje no encerramento da Escola de Quadros, uma iniciativa da Juventude Popular (JP), que decorreu em Peniche.

Mas em vésperas de apresentação do Orçamento do Estado, a líder do CDS deverá também vincar a sua posição contra a proposta ao mesmo tempo que se afirma como alternativa ao PSD. Aliás, o distanciamento face a Rui Rio ficou marcado ontem, quando a líder do CDS disse ao jornal Sol que o líder social-democrata reuniu “primeiro com António Costa” e que “achou mais importante do que reunir com o CDS”. “Foi uma escolha que fez e de alguma forma essa opção deixou uma marca”, disse na entrevista.

Assunção Cristas tem defendido que cada partido tem de trabalhar por si próprio e nessa linha a líder do CDS faz esta semana uma ronda pelos parceiros sociais na mesma altura em que é apresentada a proposta de Orçamento do Estado para 2019. Em contraste com Rui Rio, que ainda não definiu o voto e nem se alongou na apreciação de medidas em negociações, a líder do CDS já tem vindo a anunciar propostas de alteração ao OE. Ao que o PÚBLICO apurou há já mais três medidas que o CDS quer pôr em cima da mesa: retomar a proposta de regime simplificado para os trabalhadores independentes, permitir a dedução à colecta no IRS de despesas com serviços de enfermagem e auxiliares pelas famílias com idosos a cargo e a isenção de TSU para os empregadores que contratem trabalhadores na substituição dos que gozam licença parental.

No caso dos trabalhadores independentes trata-se de eliminar as alterações ao regime de tributação que Governo aplicou no OE de 2018 e que o CDS considera prejudicial. Relativamente à dedução das despesas relacionadas com ascendentes a cargo, o CDS insiste na medida que já foi chumbada mas que pretendem dar um “sinal de justiça fiscal” tal como a eliminação da sobretaxa do ISP que tem sido uma batalha dos centristas. Neste caso, o CDS também se demarcou do PSD, que estava contra a alteração da lei por considerar inconstitucional. Na cabeça de muitos centristas paira a ideia verbalizada pelo líder da JP, Francisco Rodrigues dos Santos: É que a “deriva política” do PSD pode tornar o CDS “no albergue dos descontentes”.