Paulo Azevedo sai e Cláudia Azevedo entra na administração da Sonae MC

Um dia depois de desistir da dispersão em bolsa, Sonae MC, que agrega retalho alimentar do grupo, muda a equipa de direcção. Paulo Azevedo sai da administração

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NELSON GARRIDO

Um dia depois de ter anunciado ao mercado a desistência de voltar a dispersar capital em bolsa, a Sonae MC, detida em 100% pela Sonae SGPS, alterou o seu conselho de administração.

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Um dia depois de ter anunciado ao mercado a desistência de voltar a dispersar capital em bolsa, a Sonae MC, detida em 100% pela Sonae SGPS, alterou o seu conselho de administração.

Em “assembleia geral extraordinária, realizada no dia 12 de Outubro”, lê-se no comunicado publicado esta noite no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), é adiantado que três membros da actual direcção “renunciaram aos cargos que ocupavam no conselho de administração” da Sonae MC. São eles Paulo Azevedo, Luís Reis e Luís Miguel Mota Freitas.

Ângelo Paupério, que divide a liderança da Sonae SGPS com Paulo Azevedo – ambos como co-CEO – mantém-se em funções. Daquela que era até hoje a administração da Sonae MC fica igualmente Luís Moutinho, CEO desta companhia.

O conselho de administração da companhia de distribuição do grupo Sonae (dono do PÚBLICO) é contudo alargado – dos até agora cinco membros para 11 – o que quer dizer que têm que entrar, assim, nove novos elementos. Cláudia Azevedo, que foi já anunciado irá suceder ao irmão na liderança executiva do grupo a partir de 2019 – entra agora na administração da Sonae MC, “até ao final do mandato em curso, que tem o seu termo no ano de 2021”.

Além da ex-CEO da Sonae Capital, entram: João Pedro Dolores, Álvaro do Nascimento, António Carlos Menezes Soares, Ricardo Monteiro, Rui Manuel Soares de Almeida, Isabel Sofia Simões Barros, José Manuel Fortunato e Inês Martins Valadas.

As mudanças ocorrem um dia depois da desistência da Sonae SGPS em voltar a dispersar a área de retalho alimentar em bolsa – de onde saiu em 2006.

Foi em Março, durante a apresentação de resultados da Sonae SGPS relativos a 2017, que Paulo Azevedo e Ângelo Paupério assumiram pela primeira vez a intenção de analisar o regresso à bolsa do negócio da distribuição. Só nos meses seguintes ficou claro que apenas a área de retalho alimentar (Continente, Bom  Dia, Well's, Note) iria ser incluída na oferta pública de venda. Na distribuição, o grupo é ainda dono da SportZone, Worten e Zippy, entre outras. A SGPS detém aínda telecomunicações, gere centros comerciais e detém várias participadas na área tecnológica.

No final de quinta-feira, recorde-se, no meio da semana em que ocorria a oferta, a Sonae SGPS fez saber aos investidores que “face às condições adversas nos mercados internacionais, a oferta institucional não se concretizará, o que determinará, consequentemente, a não execução da oferta pública de venda de acções da Sonae MC”.

A Sonae SGPS encerrou a sessão desta sexta-feira, 12 de Outubro, a valorizar 5,19%, nos 0,872 euros.