Já há acordo. Menos aviões da Força Aérea no Montijo custa 115 milhões
Plano passa pela transferência dos C295 para Beja e dos helicópteros de busca e salvamento para Sintra. Mas os aviões maiores ficarão no Montijo pois são compatíveis com voos civis
Já há acordo para a coabitação pacífica entre os aviões militares e os voos civis no futuro aeroporto do Montijo. A Força Aérea vai deslocar uma esquadrilha para a base de Beja e outra para Sintra, sendo que a factura destas mudanças ficará pelos 115 milhões, confirmou o PÚBLICO. O valor será pago pela ANA - Aeroportos de Portugal, do grupo francês Vinci, embora não se saiba ainda em que moldes (de uma só vez e quando ou em prestações).
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Já há acordo para a coabitação pacífica entre os aviões militares e os voos civis no futuro aeroporto do Montijo. A Força Aérea vai deslocar uma esquadrilha para a base de Beja e outra para Sintra, sendo que a factura destas mudanças ficará pelos 115 milhões, confirmou o PÚBLICO. O valor será pago pela ANA - Aeroportos de Portugal, do grupo francês Vinci, embora não se saiba ainda em que moldes (de uma só vez e quando ou em prestações).
A solução já foi consensualizada e fará parte do acordo da construção da nova infra-estrutura complementar ao Aeroporto Humberto Delgado que Governo e ANA deverão assinar nas próximas semanas. Para que o processo fique encerrado, falta ainda acertar os detalhes relativos ao modelo de financiamento da construção do novo aeroporto, assente numa lógica que isenta o Estado de custos de construção do projecto civil no Montijo.
Assim sendo, das actuais esquadrilhas que se mantêm actualmente sedeadas na base área n.º 6, do Montijo, apenas a dos helicópteros Lynx, da Marinha, ali permanecerá. A esquadrilha dos helicópteros EH101, destinados essencialmente a missões de busca e salvamento, vai para Sintra. Os C295, de transporte de tropas e carga, vão mudar-se para Beja.
Os maiores é que cabem
Mas isso não significa que a base aérea n.º 6 fique deserta. A Força Aérea reserva-lhe um papel importante como futuro destino dos novos aviões KC390 que irão substituir os “velhinhos” Hércules C130. Serão os maiores aviões de que disporá a Força Aérea, mas, surpreendentemente, os mais compatíveis com os aviões civis. Isto por três razões: trata-se de aviões a jacto que descolam de forma idêntica aos voos comerciais; os voos de treino são reduzidos, uma vez que a instrução é feita quase toda em simulador; e são aviões que fazem essencialmente voos programados, ou seja, que é possível prever e articular com o aeroporto civil.
A mesma previsibilidade se aplica às movimentações dos helicópteros Lynx da Marinha, que operam a partir das fragatas da classe Vasco da Gama que atracam no Alfeite. Já as missões de busca e salvamento dos EH101 são, pela sua natureza, voos inesperados e de emergência. Daí que o seu destino seja Sintra, que ficará uma base essencialmente de helicópteros, ao manter também os Alouette. Em Beja, ficarão os C295 bem como os aviões de instrução Epsilon, que estão agora em Sintra e que regressam à base onde já estiveram.