Votos para o Orçamento Participativo nacional subiram 50%
Projectos na área da cultura voltaram a dominar. Regiões Centro e Norte foram as mais participativas.
O número de cidadãos a votar na segunda edição do Orçamento Participativo Portugal (OPP) subiu de cerca 80 mil em 2017 para cerca de 120 mil este ano. Os projectos vencedores serão revelados esta quinta-feira pelo Governo. A área da cultura, à imagem do que aconteceu no ano passado, foi a que teve mais projectos candidatos e é a que tem mais planos vencedores.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O número de cidadãos a votar na segunda edição do Orçamento Participativo Portugal (OPP) subiu de cerca 80 mil em 2017 para cerca de 120 mil este ano. Os projectos vencedores serão revelados esta quinta-feira pelo Governo. A área da cultura, à imagem do que aconteceu no ano passado, foi a que teve mais projectos candidatos e é a que tem mais planos vencedores.
A segunda edição do OPP viu aumentada a verba a destinar aos projectos vencedores – passou de três para cinco milhões no Orçamento do Estado – e os concursos foram alargados a todas as áreas de governação, quando no ano passado os projectos eram restritos às áreas cultura, agricultura e formação de adultos. Estes factores reflectiram-se nos resultados. Não só subiu significativamente o número de votos como subiu o número de projectos em apreciação, passando 600 para 691 as propostas apresentadas pelas pessoas.
Pequenas cidades
Segundo revelou ao PÚBLICO a secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, as regiões com mais processos a concurso foram do Centro e Norte do país, reunindo 40% da participação global. Verificou-se ainda um aumento significativo dos projectos de índole regional e com mais votantes, com estes a terem cerca de 30 mil votos. Ao contrário, nas grandes cidades verificou-se um interesse menos significativo dos cidadãos pelo OPP.
Um factor que Graça Fonseca explica com “uma maior proximidade das pessoas” nos meios regionais mais pequenos e “uma maior convergência de interesses”. “Há uma maior proximidade, um melhor conhecimento dos problemas e das necessidades e um maior orgulho nas suas tradições e história”, explica a governante.
Todas as áreas governativas tiveram projectos para a avaliação, com as áreas sociais a dominarem. A área da cultura foi a que mais projectos teve a concurso, seguindo-se educação, juventude, saúde, ambiente e agricultura.
Cartazes à beira da estrada
A secretária de Estado da Modernização Administrativa diz não ter “a menor dúvida” de que o interesse dos cidadãos pelo OPP cresceu nesta segunda edição e revela mesmo que houve casos em que se fez campanha eleitoral por este ou aquele projecto. “Durante o Verão desloquei-me ao Norte e, de repente, à beira da estrada, vi um enorme capaz a apelar ao voto num projecto”, conta.
Este ano, a fase de apresentação de propostas arrancou a 23 Janeiro, prolongando-se até 24 de Abril. Já a fase de votação começou a 11 de Junho e terminou a 30 de Setembro. No próximo ano está já prevista a terceira edição do OPP. Porém, devido a um calendário eleitoral intenso, com três eleições ao longo do ano, vão ser introduzidas algumas alterações, para que calendário do OPP e o eleitoral não se sobreponham. Terá um ciclo mais curto e regras diferentes. Os pormenores, bem como os projectos vencedores da edição de 2018, serão revelados nesta quinta-feira à tarde.