Governo anuncia 50 milhões de euros para empresários regressados da Venezuela

Emprego, assistência médica e crédito a empresários foram as medidas levadas pelo secretário de Estado das Comunidades aos portugueses e luso-descendentes na Venezuela.

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Venezuela Reuters/Carlos Eduardo Ramirez

Uma linha de crédito de 50 milhões de euros para financiar empresários portugueses e lusodescendentes que queiram regressar da Venezuela para Portugal será anunciada pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, em Caracas, esta quinta-feira, último dia da visita oficial que se iniciou no sábado.

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Uma linha de crédito de 50 milhões de euros para financiar empresários portugueses e lusodescendentes que queiram regressar da Venezuela para Portugal será anunciada pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, em Caracas, esta quinta-feira, último dia da visita oficial que se iniciou no sábado.

O PÚBLICO sabe que a linha de crédito, lançada pelo Ministério da Economia, pode atingir os 75 mil euros por empresário, terá um juro máximo de 3% e disponibilizará empréstimos a dez anos, acrescidos de mais três anos de carência.

Na Venezuela, o secretário de Estado das Comunidades anunciará também o lançamento de uma plataforma digital do Instituto do Emprego e Formação Profissional, a Lefponline - Regresso da Venezuela, que disponibiliza cerca de 18 mil postos de trabalho em Portugal destinados aos portugueses e lusodescendentes que queiram regressar a Portugal.

A preocupação do Governo com a comunidade de portugueses e luso-descendentes na Venezuela, nomeadamente com os empresários, esteve presente no encontro que o secretário de Estado das Comunidades manteve na terça-feira com o vice-ministro para a Europa, Iván Gil.

O encontro surgiu na sequência de terem sido detidos em Setembro na Venezuela dez cidadãos de nacionalidade portuguesa, entretanto libertados, acusados de boicote económico por açambarcamento e incumprimento dos preços máximos de venda, que já levara José Luís Carneiro a Caracas em Setembro. A detenção destes portugueses prende-se com a dificuldade de abastecimento pelos canais legais de produtos para venda ao público, sobretudo desde que em Agosto entrou em vigor uma nova política económica na Venezuela com o lançamento de uma nova moeda e medidas para fazer face à inflação galopante.

Representantes dos empresários portugueses e lusodescendentes estiveram presentes no encontro entre José Luís Carneiro e Iván Gil que teve como objectivo abrir novos canais de diálogo entre estes e as autoridades venezuelanas. Em causa está um sector com peso na economia da Venezuela, já que as empresas portuguesas são cerca de 25% do volume de negócios de retalho na Venezuela e são portugueses 75% dos 120 mil funcionários da Associação Nacional de Supermercados e Autoservicios. A reunião entre os dois governantes realizou-se na sequência do anterior acordo entre os dois países segundo o qual o Governo de Caracas disponibilizou uma linha de crédito de cinco milhões de dólares para apoiar empresários prejudicados pelas pilhagens e destruição em 2017 e facilitou a visita a cidadãos portugueses detidos.

Nas negociações com a Venezuela foi também possível estabelecer legalmente o Projecto Rede Portuguesa de Assistência Médica e Social na Venezuela, o qual será coordenado pela embaixada pela rede consular e pela Associação de Médicos de Origem Luso-venezuelana (Asomeluve). Nesta viagem oficial, José Luís Carneiro foi acompanhado secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos, e visitou quatro dos cinco centros de atendimento desta rede de cuidados médicos instalados em cidades diferentes da Venezuela.