Portuguesa acusada de pertencer a grupo neonazi chamou Adolf ao filho
Claudia Patatas e o companheiro Adam Thomas são acusados de pertencer a um grupo neonazi proscrito no Reino Unido.
A portuguesa Claudia Patatas e o companheiro Adam Thomas, em julgamento acusados de pertencer a um grupo neonazi proscrito no Reino Unido, chamaram ao filho Adolf, foi revelado esta terça-feira em tribunal.
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A portuguesa Claudia Patatas e o companheiro Adam Thomas, em julgamento acusados de pertencer a um grupo neonazi proscrito no Reino Unido, chamaram ao filho Adolf, foi revelado esta terça-feira em tribunal.
A criança, nascida em Novembro do ano passado, tem Adolf como segundo nome, elemento que o procurador público, responsável pela acusação, considera relevante.
"Dado que a criança nasceu quase um ano após a Acção Nacional ter sido proscrita, pode pensar-se que o uso do nome 'Adolf', mesmo como um nome do meio, tem um significado", disse.
A portuguesa Claudia Patatas começou esta terça-feira a ser julgada num tribunal britânico, acusada de pertencer clandestinamente a uma organização terrorista que defende a supremacia branca, mesmo depois de esta ter sido proscrita em 2016.
Patatas, de 38 anos, está no banco dos réus do tribunal criminal de Birmingham juntamente com outros dois britânicos, o companheiro, Adam Thomas, de 22 anos, e Daniel Bogunovic, de 27 anos, por alegadamente pertencer ao grupo neonazi Acção Nacional [National Action].
Patatas, Thomas e Bogunovic declararam-se inocentes das acusações, enquanto Nathan Pryke, 27 anos, Darren Fletcher, 28, e Joel Wilmore, 24, igualmente detidos na operação policial em 3 de Janeiro, declararam-se culpados, aguardando a sentença, tendo o último ainda admitido possuir informação terrorista, nomeadamente instruções para fazer explosivos cocktail molotov.
O procurador revelou que a portuguesa era conhecida no grupo criado na rede de mensagens protegida Telegram como "Sigrun" ou "K Sigrun", uma referência a uma deusa nórdica ou Valquíria que podia escolher quem poderia viver ou morrer em batalha, e que usava esse nome numa conta de email encriptada.
No seu telemóvel, foram encontradas fotografias de armas tiradas por Mikko Vehvilainen, um militar membro do grupo, condenado em Abril por posse ilegal de gás pimenta e descrito pelo juiz na altura como racista.
Outra das provas é uma fotografia em que Fletcher faz a saudação nazi e segura uma bandeira com a suástica junto ao filho de Patatas e Thomas.
Por seu lado, Adam Thomas, de 22 anos, que vivia na mesma morada de Claudia Patatas, tinha ainda no seu computador o célebre e polémico The Anarchy Cookbook [O livro de receitas do anarquista], que tem instruções sobre como fazer dispositivos explosivos.
O britânico também é acusado de possuir um documento com conteúdo terrorista que pudesse ser útil a alguém que quisesse cometer um acto terrorista.
Patatas, Thomas e Bogunovic são acusados de pertencerem à Acção Nacional depois de esta ter sido proscrita por ser considerada "uma organização racista, anti-semita e homofóbica que suscita o ódio, glorifica a violência e promove uma ideologia vil" devido ao material que disseminava na Internet, nomeadamente nas redes sociais, com imagens e linguagem violentas e apelos a actos de terrorismo.
No âmbito da lei sobre o terrorismo de 2000 [Terrorism Act], os seus membros ou apoiantes podem ser condenados até dez anos de prisão.
O julgamento, presidido pelo juiz Melbourne Inman, está previsto durar entre três a quatro semanas.