Coreia do Norte convida Papa Francisco a visitar o país
O convite vai ser entregue pelo líder sul-coreano, que se desloca à Europa na próxima semana.
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, convidou o Papa Francisco a fazer uma visita a Pyongyang. A informação foi divulgada pela presidência da Coreia do Sul, esta terça-feira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, convidou o Papa Francisco a fazer uma visita a Pyongyang. A informação foi divulgada pela presidência da Coreia do Sul, esta terça-feira.
O convite será entregue pessoalmente na próxima semana pelo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em nome do líder da vizinha do Norte, um país onde a religião tem pouca expressão — e a fé cristã é quase residual. A visita de Moon Jae-in ao Vaticano acontece durante uma viagem do líder sul-coreano à Europa.
A vontade de Kim Jong-Un foi expressa pelo próprio no último mês, durante o encontro entre os dois líderes da península coreana, contou a mesma fonte citada pela agência Reuters.
Outras visitas em estudo
Já esta segunda-feira, o Presidente da Coreia do Sul afirmou que Kim Jong-un tenciona também visitar a Rússia "num futuro próximo". A declaração segue o convite de Moscovo a Kim Jong-Un, anunciado pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, mas não existem ainda detalhes acerca do possível encontro.
A cimeira entre as duas Coreias em Setembro reflectiu uma aproximação entre Seul e Pyongyang e resultou num compromisso por parte do líder do Norte em desmantelar de forma permanente as principais instalações de testes e de lançamento de mísseis perto da fronteira com a China, em Yongbyon.
O líder da Coreia do Norte falou de uma visita a Seul que se poderá realizar antes do final de 2018. Se acontecer, Kim torna-se o primeiro líder norte-coreano a entrar no Sul desde a guerra coreana.
Em Junho, Kim Jong-un reuniu-se com o Presidente norte-americano Donald Trump em Singapura. No encontro, o líder dos EUA comprometeu-se a suspender os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, mas o acordo assinado pelos dois líderes era parco em garantias concretas. Trump foi o primeiro Presidente norte-americano em funções a encontrar-se com um líder do regime da Coreia do Norte e recentemente elogiou a relação entre ambos, não descartando um segundo encontro.
Na última semana, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, esteve reunido com o seu homólogo norte-coreano, Kim Yong-chol. Os dois lados fizeram balanços distintos do encontro.
A religião na Coreia do Norte
A religião tem pouca expressão na Coreia do Norte. Apesar de não existirem estatísticas oficiais, o cristianismo tem uma manifestação praticamente residual. Apesar de, constitucionalmente, a liberdade religiosa estar prevista na Coreia do Norte, na prática as actividades ligadas à religião são feitas às escondidas e a população apresenta-se como não religiosa.
O culto ao líder norte-coreano substitui a crença religiosa. Os princípios que conduzem o país baseiam-se na ideologia juche norte-coreana, que defende a independência nacional e auto-subsistência do regime. A ideologia oficial da Coreia do Norte baseia-se na crença de que a revolução e a construção assentam nas massas e que o Homem é o centro das decisões.
A ideologia é também conhecida como "Kimilsungismo", idealizada pelo próprio Kim Il-sung, o líder da Coreia do Norte desde a fundação do país em 1948, que procurou adaptar preceitos do socialismo de Estaline à realidade norte-coreana.