Lançamento de Último Caderno de Lanzarote abre congresso em Coimbra

Largas centenas de especialistas na obra do autor de Memorial do Convento iniciam esta segunda-feira em Coimbra o colóquio internacional José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel

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José Saramago AP/DADO GALDIERI

Assinalando os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, o centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra inicia esta segunda no Convento de S. Francisco um colóquio internacional de três dias dedicado ao autor de Memorial do Convento, O Ano da Morte de Ricardo Reis ou Ensaio sobre a Cegueira. Coordenado por Carlos Reis e apoiado pela Câmara Municipal de Coimbra, o congresso abre com o lançamento, pela Porto Editora, de Último Caderno de Lanzarote, o diário inédito de Saramago relativo a 1998, o ano em que venceu o Nobel, anunciado a 8 de Outubro pela Academia Sueca.

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Assinalando os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, o centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra inicia esta segunda no Convento de S. Francisco um colóquio internacional de três dias dedicado ao autor de Memorial do Convento, O Ano da Morte de Ricardo Reis ou Ensaio sobre a Cegueira. Coordenado por Carlos Reis e apoiado pela Câmara Municipal de Coimbra, o congresso abre com o lançamento, pela Porto Editora, de Último Caderno de Lanzarote, o diário inédito de Saramago relativo a 1998, o ano em que venceu o Nobel, anunciado a 8 de Outubro pela Academia Sueca.

Com os trabalhos divididos por salas baptizadas com títulos de romances de Saramago, o programa do congresso, intitulado José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel, prevê largas dezenas de comunicações e quatro conferências principais. A primeira, a cargo de Teresa Cristina Cerdeira, intitulada Primo Levi e José Saramago: a Obra Eterna e o Quadro Infinito, dará início esta segunda-feira de manhã aos trabalhos do encontro.

As restantes conferências serão apresentadas por David Frier, que falará de Levantado do Chão (1980), Robert Vecchi, com um estudo intitulado ‘Disjecta membra’ do Século Breve: Memórias em Risco e a História a Contrapelo em Dois Romances de José Saramago, e Carlos Reis, que concluirá o programa académico com a intervenção José Saramago e a Personagem como Alegoria. O congresso será depois formalmente encerrado por Pilar del Río na quarta-feira à tarde, a preceder a apresentação de uma adaptação dramatúrgica do romance O Ano da Morte de Ricardo Reis pela companhia Éter.  

O programa inclui ainda três mesas plenárias – Personagens e Identidades, Diálogo sobre Deus e Saramago e Outros Saramagos: Transmediações –, uma excepção num congresso onde a regra é que várias mesas decorram simultaneamente em diferentes salas.

Os títulos das comunicações deixam prever um congresso ao qual não faltará variedade: muitas centram-se em determinado romance do autor, um bom número aborda o teatro ou a poesia, outras interessam-se pelo jornalista, cronista ou diarista, várias relacionam Saramago com outros autores, algumas abordam a adaptação de obras suas ao cinema, ou rastreiam a recepção dos seus livros num determinado país, mas também não faltam intervenções mais difíceis de agrupar.

Terão sido raros, no entanto, a julgar pelos já divulgados resumos da generalidade das intervenções, os especialistas saramaguianos que se atreveram a levar a este congresso de Coimbra propostas mais globais de releitura da obra do Nobel português, o que pode ser indicativo da sua dimensão e da abundante bibliografia que lhe tem sido dedicada, mas que nem por isso deixa de surpreender.