Benfica muda mais jogadores, mas FC Porto é mais imprevisível
A última década tem sido claramente favorável aos portistas nos duelos com os benfiquistas. Para o primeiro embate desta temporada, as “águias” entram em desvantagem.
Cinco meses e 22 dias depois de se terem defrontado pela última vez, num jogo decidido no minuto 90 com um golo de Héctor Herrera que praticamente sentenciou a discussão do título 2017-18, Benfica e FC Porto reencontram-se neste domingo, no Estádio da Luz, a partir das 17h30. Comparando os “onzes” utilizados nessa partida com aqueles que devem ser escolhidos por Rui Vitória e Sérgio Conceição para a jornada 7 da I Liga, constata-se que do lado das “águias” deverá haver uma mão cheia de caras novas na equipa titular, mas os “dragões”, apesar de mexerem menos, são muito menos previsíveis e bem mais maleáveis tacticamente.
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Cinco meses e 22 dias depois de se terem defrontado pela última vez, num jogo decidido no minuto 90 com um golo de Héctor Herrera que praticamente sentenciou a discussão do título 2017-18, Benfica e FC Porto reencontram-se neste domingo, no Estádio da Luz, a partir das 17h30. Comparando os “onzes” utilizados nessa partida com aqueles que devem ser escolhidos por Rui Vitória e Sérgio Conceição para a jornada 7 da I Liga, constata-se que do lado das “águias” deverá haver uma mão cheia de caras novas na equipa titular, mas os “dragões”, apesar de mexerem menos, são muito menos previsíveis e bem mais maleáveis tacticamente.
Gedson Fernandes ou Gabriel? Franco Cervi ou Rafa? Salvo qualquer impedimento de última hora, o nível de dificuldade para encaixar as peças do puzzle do “onze” benfiquista para o clássico deste domingo, no Estádio da Luz, é bastante baixo. Após conquistar nas duas primeiras épocas o título alicerçado num esquema táctico de 4x4x2, uma herança de Jorge Jesus, Rui Vitória aproveitou o débil arranque na temporada passada (e a disponibilidade do croata Krovinovic) para implementar o “seu” 4x3x3. A mudança aconteceu a 5 de Novembro de 2017, em Guimarães, e desde então a flexibilidade táctica dos “encarnados” tem sido quase nula.
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Neste domingo, contra um rival que Rui Vitória ainda não conseguiu derrotar enquanto treinador do Benfica, não será diferente. Apesar de já ter os quatro jogadores com características de área disponíveis (Seferovic, Jonas, Castillo e Ferreyra), Vitória vai manter-se fiel ao 4x3x3, sendo que a nível ofensivo Salvio e Seferovic parecem ter o lugar no “onze” garantido, restando a dúvida sobre quem jogará no flanco esquerdo: Cervi ou Rafa. Um pouco mais atrás, a incerteza mantém-se no vértice do meio-campo do mesmo lado. Apesar de Alfa Semedo ter vestido o papel de herói a meio da semana em Atenas, a posição “6” é de Fejsa e, um pouco mais à frente descaído do lado direito, estará Pizzi. Quem jogará ao lado do transmontano é a outra grande incógnita.
Gedson foi a surpresa de início da época e mostrou quase sempre qualidade acima da média, mas a chegada de Gabriel baralhou as contas. O brasileiro é um jogador que Vitória aprecia bastante e já foi titular contra o Desp. Aves, mas acabou por se lesionar em Chaves. De novo apto, o possante ex-jogador do Leganés pode ser uma das apostas do técnico benfiquista para a previsível dura luta a meio-campo.
Se do lado do Benfica a possível mudança de um par de nomes não provocará qualquer surpresa táctica para Sérgio Conceição, no FC Porto Soares é um jocker que o técnico portista tem guardado. Após uma paragem de quase dois meses, o avançado brasileiro precisou de apenas meia hora em campo na última jornada para marcar e resolver um problema complicado para os “dragões”. A meio da semana, por não estar inscrito na Liga dos Campeões, o “29” do FC Porto não foi utilizado contra o Galatasaray, e a “folga” forçada pode jogar a seu favor para o jogo deste domingo.
Com Soares fresco, Conceição pode usar as cábulas da época passada e apresentar um “onze” praticamente decalcado daquele que venceu na Luz há cinco meses. As únicas diferenças estão na defesa (Marcano por Militão) e no meio-campo (Sérgio Oliveira por Danilo). A aposta de Soares na equipa inicial dos “dragões” manterá, no entanto, Vitória com dúvidas até que sejam dados os primeiros pontapés na bola na Luz. Com Soares e Marega no “onze”, os campeões nacionais tanto podem apostar num 4x4x2 (Marega na zona central; Otávio na direita), como num 4x3x3 (Marega descaído para a direita, Otávio nas costas de Soares e à frente de Herrera e Danilo).
Benfica mais forte na 1.ª volta
Nuances tácticas à parte, na última década os números comprovam que tem existido um ascendente dos portistas nos duelos com os benfiquistas, mas há um detalhe curioso: nos jogos realizados na primeira volta, são as “águias” que levam vantagem.
De facto, o FC Porto derrotou o Benfica em nove dos vinte “clássicos” realizados para o campeonato desde 2008-09, havendo ainda oito empates e três vitórias para os “encarnados”. Todavia, o historial de embates entre portistas e benfiquistas muda de forma radical da primeira para a segunda volta.
Se na metade final do campeonato o domínio “azul-e-branco” tem sido quase avassalador (sete vitórias em dez partidas), até chegarmos a meio da prova os “encarnados” têm sido mais felizes: foi na primeira volta que o Benfica conseguiu as três vitórias contra o FC Porto na última década, sendo que nesse período os portuenses só se superiorizam em duas ocasiões.