Leonor, Salomé, Paulo, Filipa, Louis, e os outros todos no Doclisboa
Doclisboa apresenta programação completa da 16.ª edição, de 18 a 28 de Outubro. 18 títulos na competição nacional, 59 produções nacionais no total do programa, e a ante-estreia do novo filme de Michael Moore
Leonor Teles, Salomé Lamas, Filipa César e Louis Henderson, Paulo Abreu, Hiroatsu Suzuki e Rosana Torres, Júlio Alves – são apenas alguns dos nomes escalados para a competição portuguesa do DocLisboa, 18 filmes entre curtas e longas dos quais 14 em estreia mundial, para um total de 59 produções portuguesas entre 243 filmes escalados.
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Leonor Teles, Salomé Lamas, Filipa César e Louis Henderson, Paulo Abreu, Hiroatsu Suzuki e Rosana Torres, Júlio Alves – são apenas alguns dos nomes escalados para a competição portuguesa do DocLisboa, 18 filmes entre curtas e longas dos quais 14 em estreia mundial, para um total de 59 produções portuguesas entre 243 filmes escalados.
Cíntia Gil, directora do certame, sublinhou-o na conferência de imprensa da apresentação oficial do Doclisboa, que teve lugar na manhã desta quarta-feira na Culturgest: 59 produções portuguesas no total da selecção, “de diferentes gerações e escritas”, como disse, para um total de 68 obras em estreia mundial em Lisboa entre 18 e 28 de Outubro — pouco mais de um quarto do total de filmes a apresentar em 2018. Nas palavras da responsável, a confiança de cineastas de todo o mundo (54 países representados) “é um reconhecimento do Doclisboa e do seu público aberto, generoso”, e de um festival que se tem confirmado como ponto de encontro europeu do documentário contemporâneo em todas as suas formas.
Parte da programação já havia sido revelada ao longo das últimas semanas – caso das secções de filmes sobre arte e música Heartbeat, ou da competição internacional, 22 filmes dos quais 10 em estreia mundial, “uma competição de enorme diversidade e excelente qualidade, composta de filmes singulares, afirmativos, frágeis” segundo Cíntia Gil. Entre estes 22 encontra-se um único filme português, a média-metragem (52 minutos) de Jorge Cramez Antecâmara.
Na manhã de quarta, ficou a saber-se a composição da competição portuguesa, num total de 18 filmes, entre curtas e longas (o Doclisboa não faz distinção de duração dentro das competições). Será a ocasião da estreia em Portugal duas longas que já tiveram passagem, e aclamação, em certames internacionais: Terra Franca, o quotidiano de um pescador de Vila Franca de Xira e primeira incursão de Leonor Teles (Balada de Um Batráquio) no formato longo, premiada no festival francês Cinéma du Réel; e Extinção, que Salomé Lamas (Eldorado XXI) foi filmar à Transnístria e estreou-se no CPH:DOX de Copenhaga.
Outros veteranos do Doc regressam este ano à competição: Paulo Abreu, que foi premiado em 2017 com I Don’t Belong Here, mostra Alis Ubbo, sobre a “turistização” de Lisboa; Júlio Alves traz Casa Encantada, sobre memórias de infância e objectos abandonados; a dupla Nathalie Mansoux/Miguel Moraes Cabral acompanha dois anos do Conservatório de Música de Lisboa em Il Sogno Mio d’Amore ; Hiroatsu Suzuki e Rossana Torres apresentam Terra, um dos projectos apresentados no First Look de Locarno em Agosto; e Filipa César exibe o trabalho que realizou com Louis Henderson à volta das lentes de Fresnel que são essenciais aos faróis, Sunstone.
A competição completa-se com Avenida Almirante Reis em 3 Andamentos de Renata Sancho, Cidade Marconi de Ricardo Moreira, História Secreta da Aviação de João Manso, In the Clouds de Ida Marie Sørensen, Mood Keep de Alice dos Reis, Pele de Luz de André Guiomar, Rituals of Thought de Rayna Teneva, Turno do Dia de Pedro Florêncio, Vacas e Rainhas de Laura Marques, A Volta ao Mundo Quando Tinhas 30 Anos de Aya Koretzky e Wild Berries de Marianna Vas, Hedda Bednarszku e Romulus Balazs.
A presença portuguesa espalha-se também a outras secções – na secção Da Terra à Lua recebem-se títulos novos de José Barahona (Alma Clandestina, biografia da activista brasileira Maria Auxiliadora Lara Barcelos) e Rosa Coutinho Cabral (Pe San Le, o Poeta de Macau, sobre Camilo Pessanha). E na paralela Riscos, que Cíntia Gil define como “uma secção desafiante mesmo enquanto programadores, onde nos damos ao luxo de experimentar propostas sem medo de falhar” (com a presença este ano como convidados de James Benning, Mike Hoolboom e Jean-François Stévenin), haverá outros títulos portugueses: uma sessão com filmes de Ângelo de Sousa, Manuel Botelho e Rui Simões; uma outra que cruza Objectos Entre Nós de Júlio Alves com a Voz Humana de Cocteau filmada por Rossellini com Anna Magnani; e Actos de Cinema, longa documental de Jorge Cramez sobre as suas experiências de rodagem enquanto assistente ou colaborador de Teresa Villaverde ou Fernando Lopes.
Para lá da Retrospectiva em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, este ano dedicada ao colombiano Luis Ospina e apresentada pelo director da instituição, José Manuel Costa, houve ainda tempo para apontar a inclusão no programa 2018 de Fahrenheit 11/9, o documentário de Michael Moore sobre a eleição de Donald Trump, em antestreia nacional, juntando-se a filmes de Frederick Wiseman (Monrovia, Indiana), Rithy Panh (Les Tombeaux sans nom), Wang Bing (Dead Souls) ou Zelimir Zilnik (The Most Beautiful Country in the World).
Vão ser dez dias non-stop de 18 a 28 de Outubro, “uma dádiva” nas palavras de Mark Deputter, director artístico da Culturgest, “uma dádiva poder apresentar esta proposta em toda a sua riqueza e pluralidade.”