PCP quer aumento para todos os funcionários públicos
João Oliveira, líder parlamentar do PCP, discorda de aumentos apenas para os funcionários que têm salários mais baixos.
Para o PCP, os aumentos salariais devem ser considerados “em função da valorização dos trabalhadores da administração pública”, e por isso o partido discorda que “haja alguns que devem ser valorizados, podendo os outros ser esquecidos”. Os comunistas têm insistido na necessidade de aumentar os salários da função público e afirmam que não faz sentido somar ao cinco anos de congelamento do Governo anterior mais quatro anos deste Executivo.
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Para o PCP, os aumentos salariais devem ser considerados “em função da valorização dos trabalhadores da administração pública”, e por isso o partido discorda que “haja alguns que devem ser valorizados, podendo os outros ser esquecidos”. Os comunistas têm insistido na necessidade de aumentar os salários da função público e afirmam que não faz sentido somar ao cinco anos de congelamento do Governo anterior mais quatro anos deste Executivo.
Colocar a questão dos aumentos dos salários no prato da balança e fazer opções não é um cenário com que os comunistas se sintam à vontade. De tal forma que quando o líder parlamentar foi questionado nesta terça-feira de manhã pelos jornalistas sobre um cenário em que o Governo decide aumentar os funcionários apenas até um patamar salarial, mantendo os salários maiores congelados, João Oliveira preferiu refugiar-se em evasivas. “Qualquer resposta a essa pergunta era especulativa.”
Questionado pelo PÚBLICO sobre as razões para não propor pelo menos um valor mínimo para o aumento dos salários tal como tem reclamado sempre o aumento mínimo de dez euros para as pensões, o líder da bancada do PCP retorquiu que não o faz porque “no aumento das pensões não há intervenção dos sindicatos”, ao passo que nos dos salários, há. “Por isso essa discussão tem que ser feita entre os sindicatos e o Governo, e o PCP não se substitui aos sindicatos no papel que têm que assumir.”
“Essa medida [do aumento dos salários] deve ser considerada em toda a sua extensão como aquilo que ela verdadeiramente é: um instrumento de valorização dos trabalhadores, de valorização da qualidade dos serviços públicos e de reposição do poder de compra que foi perdido ao longo de quase dez anos de congelamento salarial”, afirmara, pouco antes, o deputado. “É com esse objectivo que continuamos a fazer a discussão e vamos ver aonde é possível chegar”, prometeu.
Falando à margem das jornadas parlamentares do PCP em Santarém, João Oliveira pôs em comparação os 50 milhões de euros para aumentos e os encargos do Estado com as parcerias público-privadas para apoucar a proposta de Mário Centeno: “O valor que se fala para o volume global de aumentos é 1/40 avos do que pagamos por ano nas PPP.” E continuou: a questão do aumento dos salários na função pública é se ele é “considerado ou não como um elemento de qualificação e valorização dos trabalhadores e de valorização das condições de funcionamento e da qualidade dos serviços públicos ou se é considerado um estorvo, um obstáculo, algo que tem que se fazer contrariado”. “A perspectiva do PCP é que deve ser a primeira”, vincou João Oliveira, defendendo que “há milhares de trabalhadores da administração pública que estão muito longe de ter a remuneração que deviam ter”.